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Apneia do sono

Baixo rendimento escolar pode indicar problemas no sono

Redação Bonde
29 jul 2011 às 12:40

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Respiração bucal em crianças pode prejudicar o crescimento e a aprendizagem - Reprodução
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Estimativas apontam que entre 15% e 28% das crianças com até 10 anos de idade roncam e respiram pela boca e, destas, pelo menos 1% sofre com a apneia do sono. "A qualidade do sono influencia diretamente no crescimento e na aprendizagem. Este é um assunto importante, pois o ronco e a apneia em crianças tem causas bem diferentes das dos adultos", explica o especialista em ortodontia e ortopedia facial Gerson Köhler.

Entre as principais causas dos problemas de respiração bucal em crianças estão à hipertrofia da adenoide e das amígdalas palatinas, rinite e alterações no interior do nariz. "Infelizmente este assunto, geralmente, não parece ser explorado pela área pediátrica em sua real importância. E esta é uma questão de vital importância para o crescimento e desenvolvimento facial, estando relacionada com a geração progressiva das alterações ortopédicas e ortodônticas da região dentofacial", destaca.

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O ortodontista enfatiza que sonolência diurna, dor de cabeça, diminuição da concentração, baixo rendimento escolar, ansiedade e irritabilidade são alguns sinais de que a respiração não anda bem. "Durante a noite a criança fica com o sono agitado, ronca, faz xixi na cama, pode ter crises de engasgos e acorda frequentemente", aponta.

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Existe uma classificação das alterações do sono baseada nos sintomas presentes na criança. O grau 1 é caracterizado por ronco fraco e respiração regular com ruído, no grau 2 há ronco com respiração irregular e pausas respiratórias curtas e no 3 as pausas são mais longas, a apneia do sono. "No último grau, o 4, o indivíduo tem ronco intenso, respiração irregular e pausas respiratórias prolongadas, a chamada hipoapneia obstrutiva do sono", esclarece.

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A apneia e a hipoapneia são caracterizadas por episódios de obstrução parcial ou completa das vias aéreas superiores durante o sono. Estas pausas na respiração aumentam os riscos de doenças cardiovasculares e de obesidade, já que influenciam o desenvolvimento do corpo como um todo. "Os pais devem ficar atentos ao comportamento da criança e levá-la a um especialista assim que perceberem alguma mudança", recomenda Juarez Köhler.


O tratamento depende do quadro clínico do paciente e de acordo com a gravidade ou causa pode ser necessária à intervenção cirúrgica otorrinopediatrica. Juarez evidencia que tratar a rinite alérgica, reduzir o peso em crianças obesas e indicar tratamentos ortodônticos e de ortopedia facial contribuem de forma importante para a correção da respiração bucal. "As anomalias dentofaciais também podem prejudicar a respiração e por isso devem ser tratadas de forma precoce", observa.

Gerson recomenda, além dos tratamentos clínicos, organizar uma rotina que incentive a criança a dormir sempre no mesmo horário, com tranquilidade e sem muito agito próximo ao horário do sono. "Os bons hábitos devem ser cultivados na infância para que na idade adulta o indivíduo seja saudável. O ronco não deve ser considerado um hábito normal, ele indica a presença de problemas mais sérios que devem ser tratados por especialistas", acrescenta.


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