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Expostos ao perigo

Brinquedos podem prejudicar a saúde das crianças; saiba mais

Redação Bonde
17 dez 2013 às 11:01

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- Reprodução
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A proximidade do Natal já agita o comércio e as grandes redes de varejo. São carrinhos, jogos e uma variedade de brinquedos que enchem os olhos da criançada. Mas é preciso que os pais redobrem a atenção na hora de comprar o presente.

A escolha de um brinquedo não deve levar só em conta o interesse do filho e a fase adequada ao desenvolvimento infantil. Os pais devem priorizar suas condições de segurança. Por isso, é importante observar se o brinquedo tem o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Entre outros itens, o selo é uma garantia de que o nível de ruído do brinquedo está dentro dos limites estabelecidos na legislação.

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Todos conhecem o ditado que diz que "o barato sai caro". Brinquedos sonoros ilegais, comprados em camelôs, por exemplo, podem emitir um barulho acima do permitido pela lei, que é de 85 decibéis. Um carrinho de polícia "pirata", por exemplo, pode chegar a até 120 decibéis de ruído. O que isso representa? O som de uma motosserra geralmente chega a 100 decibéis e o de uma britadeira alcança 110 decibéis.

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"Os ruídos estão por toda parte. Dentro de casa estão no aspirador de pó, no liquidificador, na televisão em alto volume e até nos brinquedos. Tudo isso pode causar prejuízos à audição das crianças. Os pais devem proteger seus filhos de danos auditivos causados por excesso de barulho e, nas compras de Natal, prestar atenção ao nível sonoro do brinquedo", lembra Marcella Vidal, fonoaudióloga da Telex Soluções Auditivas.

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A maioria dos brinquedos vendidos em camelôs não tem selo de garantia de qualidade do Inmetro e da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos). Esse selo garante que os brinquedos não trazem risco para a segurança e saúde da criança, pois passaram por diversos testes antes de chegar ao comércio.


As crianças estão expostas a altos níveis de barulho ao brincar com videogames, frequentar sala de jogos de computadores, ouvir música em fones de ouvido ou aparelhagens de som. Em ambientes ruidosos é aconselhável usar protetor auricular nos pequenos. A Telex oferece protetores que reduzem o barulho mas não impedem que a criança ouça o som das brincadeiras. Os protetores auriculares são feitos sob medida e servem para os baixinhos e também para adultos que querem se proteger da poluição sonora diária a que estão submetidos.

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De acordo com a Organização Mundial da Saúde, um barulho de 70 decibéis já é desagradável para o ouvido humano. Acima de 85 decibéis começa a danificar o mecanismo da audição. O contato contínuo com um brinquedo com esse volume pode prejudicar para sempre a audição das crianças. Os menores, de até três anos, são os mais afetados. E se eles têm a audição comprometida, isso pode atrasar todo o seu desenvolvimento como na área da fala e no desempenho escolar.


Brinquedos barulhentos

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Brinquedos musicais como guitarra elétrica, tambor, buzina, trombeta podem emitir sons de até 120 dB (decibéis).


Brinquedos como telefones infantis podem chegar a ruídos entre 123 a 129 dB(decibéis).

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Brinquedos feitos para ampliar o som da voz chegam a emitir até 135 dB (som comparado ao da decolagem de um avião).


Brinquedos como arma de fogo que emitem sons de 150 dB (decibéis), podendo causar de imediato dor no ouvido.

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Alguns brinquedos para bater , dar pancadas e os ‘tagarelos’, que falam alto demais, são calculados com o nível de som de até 110 dB (decibéis).


A exposição a esses níveis de ruídos pode causar prejuízos irreversíveis à audição das crianças. Mesmo breves exposições a sons elevados podem trazer riscos. Portanto, esteja atento na hora de comprar os brinquedos de seus filhos.

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Prejuízos à visão


Além do cuidado com a compra de brinquedos que podem prejudicar a audição, os pais também devem ficar atentos a itens que podem fazer mal aos olhos das crianças. O selo do Inmetro já deveria ser o suficiente para garantir a saúde e segurança dos pequenos, mas não é. Até o selo de segurança pode ser falso. Segundo as normas do órgão o selo autêntico tem numeração e a letra "n" da marca é maiúscula. Caso contrário, indica falsificação.


De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, por causa do baixo preço, nesta época do ano muitos pais dão às crianças canetas laser. Apesar de não ser brinquedo, ficaram bastante conhecidas pelo mau uso em campos de futebol e contra aviões.


Só para se ter uma ideia do perigo que estas canetas representam, um recente levantamento feito pelo NIST, instituto americano equivalente ao Inmetro, mostra que quase 90% das canetas laser de cor verde e 44% das que emitem luz vermelha estão fora dos limites de segurança impostos internacionalmente.


Queiroz Neto diz que se a potência estiver acima de 5 mW (miliwats) pode causar desde edema na córnea até lesão permanente na retina. Quanto maior o tempo de exposição à luz, mais grave é a lesão no olho.


Ao contrário do que muitos imaginam as de luz azul que se transformaram na mais nova mania entre adolescentes, podem ser ainda mais perigosas. Um relatório que acaba de ser divulgado pelos hospitais Johns Kopkins (EUA) e King Khaled Eye (Arábia) revela 4 casos de perfuração da retina em crianças com menos de 15 anos causados pela exposição dos olhos ao laser azul.


O perigo das pistolas e brinquedos pontiagudos


O especialista chama a atenção dos pais para as aparentemente inofensivas pistolas de pressão. "Mesmo as que atiram cápsulas gelatinosas podem causar graves danos à visão", comenta. Isso porque, objetos menores que a órbita ocular exercem mais pressão sobre o olho do que os maiores. Por isso, estas pistolas podem causar desde hemorragia interna, até inflamação, catarata, descolamento de retina. Já os brinquedos pontiagudos podem perfurar o olho. Quando isso acontece, ele diz que a criança deve ser encaminhada imediatamente para um pronto socorro. "Tentar limpar o olho ou retirar o objeto pode piorar a lesão", afirma. Os óculos de proteção, ressalta, evitam 90% das lesões nos olhos.


Videogame aumenta risco de miopia

Queiroz Neto afirma que os pais devem monitorar o tempo que as crianças ficam no videogame. Isso porque um estudo que conduziu com 360 crianças de 9 e 13 anos de idade que chegavam a ficar 6 horas ininterruptas usando computador ou videogame, 21% apresentaram miopia transitória contra a prevalência de 12% apontada pelo CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia). Ele explica que a miopia transitória está relacionada à síndrome da visão no computador. Isso porque, entre crianças o esforço visual para perto por um período prolongado diminui a capacidade de acomodação dos olhos, fazendo com que tenham dificuldade temporária de enxergar de longe. Se os hábitos não forem modificados a miopia pode se tornar um mal permanente. Para evitar o problema a recomendação é fazer a criança descansar de 15 a 30 minutos a cada hora de videogame ou navegação na internet. As brincadeiras ao ar livre ainda são as mais saudáveis, inclusive para a visão, comenta.


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