Tontura, vômito, dor de barriga, cefaleia e uma série de outros sintomas físicos comuns na infância podem ocultar problemas de relacionamento, insegurança, depressão e estresse. Pesquisa realizada pela Isma-BR, a representação brasileira da International Stress Management Association, associação presente em 12 países que trabalha a prevenção e o tratamento do estresse, revelou que oito em cada dez crianças têm manifestações psicossomáticas e apresentam problemas de saúde para os quais não há causa clínica determinável.
''Nosso organismo não diferencia se a criança está tendo dor de barriga porque está ansiosa ou porque comeu maionese estragada. A fonte é bem diferente, mas a sensação de dor e desconforto é semelhante'', diz Ana Maria Rossi, presidente da Isma-BR, doutora em Psicologia, que só trabalha com sintomas relacionados a estresse. Ana Maria supervisionou o levantamento, realizado com 220 crianças, de 7 a 12 anos, em Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP). Entre os sintomas físicos resultantes do excesso de tensão, foram citados dores musculares (dor de cabeça e de barriga), distúrbios do sono (pesadelo, sono agitado e insônia), diarreia, constipação, os enjoos e as náuseas.
As consequências emocionais se traduzem em nervosismo, medos, irritação e a impaciência. As mudanças comportamentais incluem a agressividade, a passividade, a dificuldade de relacionamento, as alterações no apetite - incluindo o aumento no consumo de doces -, e o choro sem motivo. Os resultados apontam a rotina atribulada como uma das principais causadoras da tensão entre os pequenos. ''As pressões colaboram para que as crianças, cuja única responsabilidade deveria ser a de estudar e brincar, tenham uma série de obrigações que as levam a exercer uma rotina digna de pequenos executivos'', afirma Ana Maria Rossi.
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''Apareceu muito na pesquisa que a criança às vezes mente, diz que tem dor de barriga ou dor de cabeça, apenas para não fazer alguma atividade. O fato é que não importa se ela está inventando ou não. O importante é descobrir porque a criança está fazendo isso'', aconselha.
Conversa e apoio ajudam
Comunicação
Fazer com que essa comunicação com a criança seja o mais transparente possível. Nada é pior do que aquele ''Puxa, já estou supercansado e você ainda vem me incomodar''. Isso afasta a criança dos pais, mas a necessidade de atenção persiste
Responsabilidade
As tarefas devem ser compatíveis com a idade da criança. E é bom usar os erros como forma de aprender. Faça revelações a respeito das dificuldades que também teve quando criança.