Um artigo publicado na revista Psychology of Addictive Behaviors aponta que uma conversa breve e voluntária de adultos com adolescentes que fumam maconha pode diminuir em até 20% o uso da droga. Segundo os pesquisadores, a maioria dos usuários não acredita precisar de ajuda e, quase sempre, não recebe apoio.
Participaram do estudo 929 voluntários, sendo que 310 deles declararam usar maconha com frequência. Em seguida, eles foram divididos em dois grupos e submetidos a reuniões de 30 a 60 minutos com educadores de saúde que utilizavam dois tipos de abordagem: uma conversa motivacional, onde ambos discutiam o uso da droga e seu impacto na vida do adolescente e da sociedade, ou uma apresentação educacional de slides em que eram apresentadas pesquisas sobre a maconha e seus efeitos psicológicos.
O grupo que passou pela entrevista motivacional diminuiu em até 20% o uso de maconha após três meses de diálogo e, mesmo após um ano, manteve 15% de queda. Já aqueles que passaram pelo tratamento educacional tiveram resultados piores, apresentando diminuição de 8% no uso na droga. Um ano depois, a porcentagem subiu para 11%.
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A maconha é a droga mais usada por adolescentes e adultos no mundo. Isso porque grande parte dos usuários acredita que ela não é perigosa ou viciante. Entretanto, cientistas defendem que ela não é isenta de riscos, afetando o desenvolvimento cognitivo humano.
Efeitos da maconha
A despeito de seu emprego clínico, está comprovado: o consumo regular de maconha compromete as funções cognitivas do ser humano. Uma prova desses danos foi produzida por uma pesquisadora brasileira que, em sua tese de mestrado, avaliou as capacidades cognitivas de 128 indivíduos com dependência ou abuso de maconha (abstinentes e não-abstinentes) em tratamento e mais 32 não-usuários da substância.
De uma forma geral, os usuários da droga levam um tempo maior para resolução de problemas, quando comparados aos que estão longe da maconha entre um e sete dias. Independente de o consumo da droga ter ocorrido há pouco tempo, quem já foi usuário apresenta desempenho inferior defronte ao grupo de não-usuários.
Além de demorar mais para finalizar testes, usuários da droga também apresentam mais erros. Os resultados sugerem que a ingestão crônica de maconha traz prejuízos no funcionamento cerebral quanto à capacidade de raciocínio abstrato, organização e flexibilidade mental. E esses prejuízos estão presentes mesmo após um período médio de 14 dias de abstinência.
Entretanto, não é possível afirmar que esses déficits são irreversíveis, pois não há trabalhos mostrando que eles permanecem após um período mais prolongado de abstinência. Apesar de não parecerem incapacitantes, os danos podem influenciar negativamente a motivação para o tratamento e também a adesão a programas de recuperação, aumentando as chances de recaída. (Fonte: Minha Vida Saúde, Alimentação e Bem-estar)