Filhos não nascem com um manual para instruir os pais sobre o momento ideal para deixá-los ser independentes. E nem há regra para isso. Escolher o modo de se vestir e se portar e optar para onde ir são decisões que parecem simples – mas será que deixar os filhos agirem como bem entendem pode interferir no futuro deles?
Não há idade certa para os filhos optarem sobre o que é ideal para a sua vida. Cabe à família avaliar a capacidade que os mesmos têm para tomar qualquer decisão. Mas sempre é preciso considerar o estágio de desenvolvimento para dar liberdade a eles, e a liberdade sempre deve estar acompanhada da responsabilidade.
Quando os pais não permitem a independência crescente de seus filhos podem sufocar seu progresso e sucesso. Filhos adultos são responsáveis por suas vidas, por suas decisões e as consequências delas.
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Porém a relutância em dar liberdade aos filhos tem muitas motivações, sendo a mais comum as necessidades inconscientes dos pais e é uma das tarefas mais desafiadoras para os pais aceitar que "o filho cresceu" e quer sua independência. Quando os filhos chegam à juventude e a "porta se abre" para o mundo exterior é um período difícil para os pais e a tendência é manter o controle. Encontrar o equilíbrio é um verdadeiro desafio.
Os pais talvez precisem enfrentar os próprios receios pelo fato dos filhos terem crescido e pretenderem sair de casa, instruindo-os e apoiando-os. Os pais devem ser amorosos, mas firmes, ao garantir que as regras familiares sejam cumpridas. Ao mesmo tempo, é preciso conceder independência, a fim de que os filhos façam certas escolhas sozinhos baseando-se em princípios e hábitos passados para eles durante as fases da infância e adolescência. No fim das contas, ser bons pais não é uma questão de controlar, mas de ensinar e incutir valores corretos, sendo o principal exemplo na vida deles.
Sem dúvida nenhuma os pais devem orientar seu filho para agir com responsabilidade, quer no modo de vestir, no modo de administrar as finanças, no cumprimento de compromissos, no respeito ao próximo e inclusive na escolha de amigos, mas a partir de um determinado momento há necessidade de conceder liberdade de ações, demonstrando confiança nos filhos, deixando que eles expressem seus sentimentos antes de opinar ou corrigir quaisquer ações.
*Por Valéria Borges da Silveira, escritora e poetisa. Formada em administração, é pós-graduada em Direito, orientação e supervisão escolar, gestão empresarial e gestão cultural. Coordena diversos projetos sociais no Paraná.