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Física é muito masculinizada, diz primeira mulher presidente de associação brasileira

Wesley Faraó Klimpel
08 jul 2021 às 10:18
- Pixabay
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Em 2021, há algo novo a se celebrar no Dia Nacional da Ciência, comemorado nesta quinta-feira (8). A SBF (Sociedade Brasileira de Física), em 55 anos de existência, nunca havia eleito uma mulher presidente, até escolher Débora Peres Menezes, que assume em 16 de julho.

Para a professora da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), a comunidade da física é muito masculinizada e, como mais de 70% dos sócios são homens, é natural a candidatura deles na entidade.
"Tem um efeito que corta as mulheres da ascensão profissional, muito forte em países estruturalmente tão machistas como o

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Brasil. Muitas desistem, não têm vontade de se expor, de concorrer", avalia Débora.
De acordo com a docente, a baixa representatividade feminina acontece na ciência em geral. Para resolver a situação, o indicado seria atrair as mulheres para as áreas chamadas "duras", conhecidas como "Stem": science, technology, engineering, mathematics (ciência, tecnologia, engenharia e matemática, respectivamente, em inglês).

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"A cada 100 formados, só 4 são nessas áreas e, desses 4, só 1 é mulher", explica. "É muita gente fazendo direito ou administração de empresas, e poucos vão para profissões ligadas à matemática."

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A solução, segundo ela, é incentivar o interesse feminino no ensino fundamental, quando os professores podem trazer a ciência para o dia a dia, com atividades como aviãozinho de papel ou discutindo reflexão a partir de um espelho.


Segundo a docente, a SBF tem feito um bom trabalho para a sociedade ao atualizar seu vasto arquivo de aulas de ensino médio e superior, organizar Olimpíadas de Física e checar informações e notícias. O que falta, para ela, é divulgar a ciência para o público em geral, com foco nas redes sociais.

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Ela lembra, por exemplo, o prêmio Carolina Nemes, voltado às pesquisadoras em início de carreira. "Tem uma brasileira que mora nos EUA que colabora com um valor em dinheiro. A gente quer dar mais visibilidade para a existência desses prêmios", diz.


Divulgar os estudos é uma paixão de Débora há muitos anos. Ela esteve à frente de um museu de ciências na UFSC e chegou a conseguir um grande terreno em Florianópolis para construir outro. Conflitos de gestões na universidade, porém, levaram ao fim do projeto e, consequentemente, à desmotivação da docente.

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O que provocou o seu retorno à divulgação foi o negacionismo e a misoginia que tem presenciado. "Pensei em fazer algo que valorizasse o trabalho da mulher e mostrasse que nós temos as mesmas condições de trabalho e intelectuais que os homens, mesmo com a sociedade tentando nos deixar invisíveis."


Assim surgiu no YouTube o canal Mulheres na Ciência, com vídeos curtos que abordam assuntos de ponta e a aplicação no dia a dia.

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O negacionismo e a misoginia, porém, a chocam. "Não consigo pensar em nada pior. [Jair Bolsonaro] Parte do pressuposto de que a ciência atrapalha. Esse discurso em relação à máscara e à cloroquina é um negacionismo de um nível que nunca vi", desabafa.


A docente cita ao menos três alunos seus que saíram do país recentemente depois que as verbas para a ciência minguaram. Mas ela mantém a esperança. "Vamos ver se conseguimos inverter o sinal da derivada da curva. Ela está descendo e vamos ver se ela começa a subir em algum momento."

"Outro ponto que a anima é a nova gestão da SBF e sua composição, já que metade da diretoria é de mulheres –estão lá também Susana Souza Lalic e Katemari Diogo da Rosa. "Espero que as meninas enxerguem que podem chegar lá, que as meninas negras vejam que tem uma diretora [Katemari] com uma trajetória que permitiu que ela assumisse esse cargo. É uma imagem muito forte."


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