A morte do cantor sertanejo João Carreiro foi descrita como uma "fatalidade" pelo diretor do Hospital do Coração, Jandir Gomes, em Campo Grande, onde o músico passou por uma cirurgia cardíaca. O artista morreu no hospital na noite de quarta-feira após 12 horas de uma operação que buscava tratar um prolapso da válvula mitral.
Em coletiva de imprensa na quinta-feira, noticiada pelo portal G1, Gomes, que não foi o médico responsável pela operação, afirmou que a morte foi ocasionada por uma soma de causas. "Foi uma fatalidade, infelizmente o João entrou para a estatística de cerca de 3% de pacientes que morrem em cirurgias cardíacas", disse.
No caso, o anel da válvula mitral do artista estava calcificada e havia um prolapso com uma degeneração, algo que, diz o médico, Carreiro pode ter tido desde a infância. A maioria dos casos é assintomática.
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"Prolapso é um afrouxamento da válvula (do coração), que até de 10% da população têm e precisa tratar", disse. Trata-se de uma doença estrutural, isto é, o órgão do cantor já tinha uma dilatação fora do comum.
Carreiro teve ainda uma febre reumática, que afeta a válvula do coração e complicou o quadro. Após a cirurgia, ele teve uma falência e não conseguiu retomar os batimentos normais.
Antes da operação, o músico publicou um vídeo nas redes sociais. No registro, ele aparece descontraído e fazendo piadas. "Não combino muito como isso aqui, não", disse ele, sobre a roupa hospitalar. "Vou realizar um procedimento médico e ficar uns dias fora aqui da internet, mas pode ficar tranquilo que vai dar tudo certo. Papai do céu está tomando conta", acrescentou ele.
Nascido em Cuiabá, em Mato Grosso, o músico tinha 41 anos. Na estrada desde 2006, a dupla João Carreiro e Capataz emplacou hits que caíram nas graças do público da música sertaneja, como "Bruto, Rústico e Sistemático" e "Xique Bacanizado".
No Spotify, a dupla tem 902,9 mil ouvintes mensais e, durante os oito anos de estrada, lançou sete albuns. Desde 2014, João Carreiro se apresenta sozinho.
O último show dele foi na cidade de Pedra Preta, a 240 quilômetros de Cuiabá, na virada do ano. Além da mulher, João Carreiro deixa uma filha, Caru Comparin Corrêa.