O segundo semestre vem com tudo nos quesitos alegria, música e diversão. Logo em sua abertura, no dia 1º de julho (sábado), uma das bandas mais famosas e queridas de Curitiba lança seu primeiro (e último, como insistem em afirmar desde já) CD.

Com direito a muita festa, a Denorex 80 sobe ao palco do Victoria Hall a partir das 23 horas para reviver os bons e velhos e saudosos anos 80 em melodias, harmonias, refrões e humor em altas doses. E celebra o lançamento de Denorex 80, uma produção 100% independente, bancada pela própria banda.

Após três anos de carreira e a conquista de uma popularidade que permite shows recentes em casas curitibanas de grande porte (capacidade superior a 4 mil pessoas), comunidade ativa no Orkut (3,5 mil membros) e séqüito de fãs fiéis e que acompanham o grupo até em apresentações em outras cidades, a Denorex 80 ("aquela que parece mas não é", diz o subtítulo sempre utilizado como slogan e fazendo referência àquele famoso xampu lançado nos anos 80) vive uma fase de confirmaçãocantor e compositor Alexandre Nero de reviver as lembranças (boas ou ruins, mas sobretudo divertidas) da década oitentista, sempre sob a ótica do pop. Músicas, roupas, cabelos, expressões que estavam enterradas no baú fechado da memória, ainda quando a onda revivalista deste período ainda não passava de um mero embrião.

O sonho e a vontade, enfim, começaram se tornaram realidade dois anos depois. Para tocar as músicas, Nero chamou um time de craques, todos amigos e instrumentistas de longa data e habilidade reconhecida em diversas bandas e experiências anteriores na cidade – que vão do eletrônico à MPB, passando pela música latino-americana e alguns colegas de seu outro grupo atual, o Fato, que trabalha com pesquisa de ritmos regionais paranaenses. A base, então, estabilizou-se com o guitarrista Gilson Fukushima, o baixista Jorge Falcón, o tecladista Sergio Justen e o baterista Zé Loureiro Neto.

Mas faltava "o outro lado". Para reviver tudo em alto astral e com muito bom humor, o vocalista – que também desenvolve carreira paralela atuando em peças e propagandas de TV – convocou mais três colegas que acostumou-se a ver pelos palcos da cidade: o ator e diretor Mauricio Vogue mais as atrizes Rosana Stavis e Jana Mundana. Com o quarteto de frente formado, a criação de personagens surgiu naturalmente durante os ensaios, através de caracterizações, criações de personagens e elementos cênicos.

Repertório
A intenção, na primeira conversa que Nero teve com seus colegas era matar a saudade que a sua geração hoje trintona tinha das músicas que embalavam as festinhas americanas dos anos 80. Relembrar ao vivo Blitz, Ritchie, RPM, Dominó, Menudo, Metrô, A-Ha, B-52's, Cindy Lauper, Queen, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Ira!, Madonna, Michael Jackson e todos os artistas indispensáveis nos aparelhos 3 em 1 da época pré-compact disc.

Não se falava então em revival oitentista e as manifestações dos fantasmas da "década perdida" se limitavam aos acústicos da MTV, que na ocasião já tinha "exumado" nomes como Titãs e Paralamas. Mas todos apareciam retocados, modernosos, embalsamados para conquistar as novas gerações.

Então, o repertório dos shows fixou-se com o predomínio de nomes – alguns bastante famosos na época e outros obscuros e que acabaram se perdendo com o tempo e em uma carreira breve ou irregular – do segmento pop/rock nacional.

Os principais momentos do show foram escolhidos pela banda para serem registrados em estúdio para o disco, que duas décadas depois resgata músicas como "Meu Ursinho Blau-Blau" (Absyntho), "Ligeiramente Grávida" (O Espírito da Coisa"), "Quatro Semanas de Amor" (Luan & Vanessa), "Manequim" (Dominó), "Sexo" (Ultraje a Rigor), "Amante Profissional" (Herva Doce), "Uma Barata Chamada Kafka" (Inimigos do Rei), "Mais Uma de Amor (Geme Geme)" (Blitz) e até mesmo o tema do festival Rock In Rio.

O álbum, contudo, não se resume somente a releituras, muitas delas com as letras modificadas para seguir a veia bem-humorada da banda. Estrategicamente colocadas também aparecem três músicas compostas pela própria Denorex exclusivamente para o CD.

E entre as faixas, todas as gravadas no esquema "ao vivo no estúdio", os atores e músicos colocaram pequenos esquetes e diálogos, unindo personagens especiais e muito improviso. No final, entra em cena até mesmo uma radionovela com enredo na melhor linha dos dramalhões mexicanos e contendo muito mistério e suspense.

Sobre a ironia a respeito de ser este o primeiro e último disco da banda, Nero fala a sério. "A gente sabe que essa febre não vai durar para sempre. Tanto que cada vez que a gente vai subir ao palco a gente brinca será que vai ser a última? Mas por enquanto a gente está se divertindo muito", resume o idealizador do projeto.

Serviço:
Denorex 80
Show de lançamento do primeiro (e último!) CD da banda
Local: Victoria Hall
Endereço: Av. Victor Ferreira do Amaral, 2291, Tarumã
Data: 1º de julho, sábado
Horário: a partir das 23 horas
Ingressos: antecipados com desconto a R$ 20 nas lojas Prata e Arte (Rua XV de Novembro, Shopping Mueller e Shopping Curitiba).
Informações pelos telefones (41) 3365-5050 e 3029-2364