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Bebidas e camisas "pagam o pato" pela violência no futebol

Maigue Gueths - Folha do Paraná
14 fev 2001 às 15:50

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A proibição da venda de bebidas alcoólicas dentro e fora dos estádios, bem como a proibição da entrada de pessoas alcoolizadas, restrição ao uso de camisetas dos times nas ruas, em especial dentro dos ônibus, e permissão para que as torcidas assistam jogos apenas no campo de seus times devem ser algumas sugestões a serem apontadas na próxima segunda-feira como forma de garantir a segurança nos jogos de futebol.

As propostas deverão ser apresentadas por uma Comissão especialmente criada para este fim nesta quarta-feira de manhã, em reunião na Secretaria de Segurança Pública.

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Durante toda manhã, representantes da Prefeitura de Curitiba, diretoria da Urbs (empresa gerenciadora do transporte coletivo na cidade), diretores dos quatro clubes de futebol da Capital, de seis torcidas organizadas, Federação Paranaense de Futebol (FPF) e das polícias civil e Militar discutiram as causas e consequências da violência nos jogos.

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Entre as propostas, a proibição da venda de bebidas teve unanimidade entre os presentes. Outra possibilidade que agradou a maioria é a permissão de uso das camisetas dos times apenas dentro dos estádios. "A depredação acontece quando as torcidas se encontram dentro dos ônibus ou quando um torcedor vê alguém do time adversário dentro do ônibus", justifica o presidente da Urbs Fric Kerin, que acha que a proibição das camisetas dentro dos ônibus pode reduzir as depredações.

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No último Atletiba, domingo, 36 ônibus e uma estação-tubo foram depredados e mais de 20 mil pessoas deixaram de pagar passagem, resultando em prejuízos de aproximadamente R$ 50 mil. Levantamento apresentado pela Urbs mostra que, em dias de jogo, foram depredados no ano passado 336 ônibus e em 1999, 229. Em 1998 um total de 276 veíciulos foram depredados sendo 144 em apenas um dia de Atletiba.


A proposta de realização dos clássicos no interior do Estado encontrou pouca receptividade. Os diretores dos clubes acreditam que uma medida deste tipo iria prejudicar o "bom torcedor", que vai ao estádio para torcer e não para brigar. Para o presidente da FPF Onaireves Moura, é preciso pensar em soluções que não penalizem os clubes. "É só ver as fotos dos conflitos. Quem causa as brigas são as torcidas e não os responsáveis pelos times". Ele também acredita que de nada adianta proibir a venda de bebida alcoólica no estádio. "Quem quiser, bebe antes e chega alcoolizado e drogado do mesmo jeito", diz.

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Outras soluções a serem discutidas pela Comissão refere-se à presença mais ostensiva da polícia nos dias de jogo e medidas para garantir a punição dos responsáveis. Segundo o secretário de Segurança José Tavares, o problema é que os torcedores envolvidos em depredações e brigas são liberados sob pagamento de fiança logo após a detenção, conforme prevê a lei. A intenção é atuar com mais rigor nas prisões.


"A Secretaria vai tomar todas as providências para coibir os abusos, identificar os responsáveis e abrir os inquéritos necessários", diz. Só assim, ele acredita que os envolvidos e principalmente os reincidentes serão enquadrados e penalisados civil e criminalmente com prisão, multas ou trabalhos comunitários.

Fazem parte da Comissão representantes da Prefeitura, das Polícias civil e militar, da FPF e dos quatro clubes de futebol da capital. Os integrantes se reúnem esta semana e apresentam suas propostas à Secretaria de Segurança em reunião às 9 horas de segunda-feira.


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