A CBF pretende apresentar ainda neste sábado recurso para tentar reduzir a suspensão de quatro jogos a Neymar imposta pelo Tribunal Disciplinar da Conmebol, mas existe um certo ceticismo sobre a possibilidade de ser bem sucedido. Isso porque o jogador já escapou de uma punição maior, de cinco partidas, e a súmula carrega muito sobre suas atitudes após o encerramento da partida entre Brasil e Colômbia, na última quarta-feira, pela Copa América.
Neymar foi sancionado por quatro jogos basicamente por ter esperado pelo juiz Enrique Osses na porta do vestiário, após ter recebido cartão vermelho, para ofendê-lo. "Foi uma agressão verbal e isso é gravíssimo", disse o boliviano Alberto Lozada, um dos dois membros do tribunal que decidiram a pena do brasileiro.
Mas a bolada que deu em Armero, também narrada na súmula, foi desconsiderada - "a gente entendeu que ele não fez por querer", disse Lozada - e a cabeçada que Neymar deu em Murillo também não teve grande peso. O que quase complica ainda mais foi o relato do delegado da partida, o uruguaio Washington Riveros. Ele escreveu que o craque agrediu fisicamente Osses, mas que depois o próprio juiz disse que foi "apenas" insultado.
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"O delegado disse ter ouvido do juiz que foi agredido. Mas não viu. Ele é observador, ou seja, tem de ver os fatos. O que ele não vê não é levado em consideração", explicou Lozada. "Além disso, o próprio Enrique (Osses) afirmou que a agressão foi somente verbal."
O boliviano disse também que Neymar puxou a camisa de Osses, o que poderia caracterizar uma agressão passível de até 10 jogos de suspensão. Esse fato, porém, não foi narrado na súmula, e também não foi confirmado.
O recurso a ser apresentado pela CBF será julgado pelo equatoriano Gullhermo Saltos, espécie de juiz de plantão da última instância do Tribunal Disciplinar. Mas, mesmo que obtenha sucesso, a pena será reduzida para apenas três partidas. Ou seja, Neymar só poderia jogar a final da Copa América, se o Brasil alcançá-la.