Dois talentos individuais derrubaram neste domingo a invencibilidade em jogos oficiais na temporada do Corinthians, ícone do jogo coletivo e eficiente no Brasil. O Santos viu como é positivo ter no time dois jogadores de seleção brasileira e graças a Lucas Lima e Ricardo Oliveira o time derrotou o rival por 2 a 0, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Paulista.
O resultado faz justiça à atuação dos dois times apresentaram no primeiro tempo e deixou o Corinthians estacionado nos 17 pontos na liderança do Grupo D. Já o Santos, que segue no topo isolado do Grupo A, agora com 15 pontos, foi superior, fez o gol e quase não deu chances ao adversário. O Corinthians esteve perdido em campo e, embora tenha melhorado na etapa final, levou o segundo gol de contra-ataque, já no fim.
Ricardo Oliveira marcou os dois gols, mas deve muito a Lucas Lima. O meia comandou o jogo do início ao fim, com dribles e a cadência necessária para administrar a vantagem.
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Os dois santistas convocados na última semana para a seleção brasileira mostraram em campo no primeiro tempo o quanto merecem a oportunidade. Com cabelos descoloridos, o meia Lucas Lima só não era percebido pela marcação corintiana, pois aparecia a todo momento livre em um pedaço diferente do campo.
O atacante Ricardo Oliveira também se destacava, ao reger o time pela experiência e tranquilidade para segurar a bola quando necessário.
O artilheiro do último Estadual recusou dias atrás uma proposta do futebol chinês para ficar no Santos. Neste domingo ele mostrou o quanto se sente à vontade em um time moldado para seus gols e diante de uma torcida que o idolatra.
A dupla convocada por Dunga colocou o Corinthians "no bolso", como se diz na gíria do futebol. Nos primeiros minutos já perceberam uma avenida pelo lado direito e por ali construíram o primeiro gol. Lucas Lima armou um cruzamento, Serginho bateu e, no rebote de Cássio, Ricardo Oliveira completou para as redes aos 8 minutos. Logo depois, quase o mesmo roteiro se repetiu.
A vantagem do Santos se explica também por outra dupla. Os volantes Thiago Maia e Renato eram o oposto dos colegas corintianos, pois estavam sedentos por desarmes e empenhados em construir jogadas. Já Bruno Henrique e Willians marcavam mal e pouco contribuíram ao fazer a equipe sair para o contra-ataque.
O Corinthians só deu o primeiro chute a gol aos 40 minutos de partida. A equipe armada com uma formação mista, para priorizar a Copa Libertadores, esteve longe do futebol de campeão brasileiro. Lento e sem criatividade, o time via suas jogadas de meio-campo desmoronarem antes de rondar a área, onde os dois jovens zagueiros santistas mal tiveram trabalho.
Do lado corintiano, a atuação mais chamativa era da torcida. Durante o intervalo alguns membros de organizadas voltaram a protestar contra a Federação Paulista de Futebol (FPF). Os versos como "ladrão, devolve o futebol do povão" e "Federação, o futebol não precisa de você" tinham a companhia de uma faixa de protesto.
Tite tratou de mexer no intervalo e não teve medo de arriscar. Alan Mineiro finalmente estreou pela equipe após ser contratado no fim de 2015 e perder chances para atuar por estar acima do peso.
O novato incomodou a defesa e ajudou outro estreante. Luciano foi titular do Corinthians depois de seis meses. O atacante teve grave lesão no joelho durante clássico exatamente contra o Santos, em agosto do ano passado.
O segundo tempo deixou o jogo mais equilibrado. O Corinthians melhorou, atacava e o Santos não tinha forças para o contragolpe. Somente Lucas Lima vez ou outra fazia uma jogada de efeito para assustar.
As breves aparições do meia, somada à lentidão das equipes, fizeram o jogo cair no segundo tempo. Nenhum dos times definia a situação e, embora o Corinthians estivesse melhor, as melhores chegadas eram do time mandante.
O Santos esperou 39 minutos no segundo tempo para conseguir matar o jogo no contra-ataque. Ricardo Oliveira fez jogada individual e na saída de Cássio deu um leve toque para a bola entrar lentamente. O time da Vila Belmiro continua implacável em clássicos em seus domínios, assim como o seu veterano goleador.