Tite tinha um sonho: dirigir a seleção brasileira. "Mas só depois da Copa de 2014", era o que ele dizia. Isso, claro, antes de demissão de Mano Menezes. Muricy Ramalho viveu um caso raro. À época no Fluminense, em 2010, foi convidado e recusou - se houve a malfadada era "Mano", muito se deveu a Muricy. Os dois treinadores "selecionáveis" se enfrentam neste sábado no clássico entre Corinthians e Santos, às 19h30, no estádio do Pacaembu, em São Paulo, pela 37.ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Tite e Muricy Ramalho se transformaram nos últimos anos nos principais treinadores do futebol brasileiro e nos mais bem pagos - Abel Braga, agora campeão pelo Fluminense, também entra nesse hall. Mas os dois ganharam quase tudo que disputaram por Corinthians e Santos, incluindo aí a cobiçada Copa Libertadores, e acirraram ainda mais a rivalidade entre dois clubes.
O título da Libertadores mudou muito o rumo das duas equipes. O Santos venceu em 2011, a primeira depois da era Pelé e a primeira de Neymar, e antes mesmo de levantar a taça já vislumbrou um confronto contra o Barcelona e fez disso sua obsessão.
Leia mais:
Vini Jr erra pênalti, e Brasil cede empate para Venezuela
Vinicius Jr vira 'máquina de gerar gols' do Real e lidera ranking europeu
Dudu segue pessimista mesmo com clamor da torcida por vaga no Palmeiras
Filipe Luis diz que foi comunicado do afastamento de Gabigol no Flamengo
Muricy Ramalho adotou a seguinte estratégia após levantar o troféu da Libertadores: deixou em campo os titulares somente até evitar que o time seja rebaixado e depois escalou só reservas - foi praticamente um mês em que os titulares ficaram apenas treinando. Para muitos, essa falta de ritmo foi uma das causas da goleada sofrida para o Barcelona por 4 a 0.
Tite, que para vencer a Libertadores derrotou o Santos de Muricy Ramalho na semifinal, tomou uma postura diferente. Após a conquista inédita, ele também exigiu que o time somasse os pontos necessários para evitar uma queda. Meta alcançada, deu alguns dias de folga para alguns titulares. Foi só. Jamais colocou em campo uma equipe completamente reserva sob o argumento de evitar lesões.
O motivo: Tite acredita que não há solução melhor para disputar o Mundial de Clubes da Fifa que chegar no Japão embalado. Seria uma maneira de encarar de igual para igual um time como o Chelsea.
Tite venceu seus últimos quatro jogos no Brasileirão, aprimorou sua defesa e neste sábado dará um descanso para os atletas que estavam com a seleção. Por outro lado, vai com força total no ataque: escalando Emerson, Guerrero e Romarinho. Danilo será o armador e Edenílson substituirá Paulinho. O técnico ainda fará um teste: Anderson Polga atuará de primeiro volante.
Muricy Ramalho revive um problema que lhe tirou o sonho em 2012: Neymar, suspenso, não joga. A tendência é que escale Victor Andrade. O técnico também disse que Adriano, com dores na coxa, é dúvida. O Corinthians vai buscar a vitória a todo custo para encerrar a temporada como mandante de bem com a torcida. E Tite poderá comprovar que seu momento é melhor que o de Muricy.