Dunga não terá mais qualquer teste antes de convocar a seleção brasileira para a Copa America Centenário. Por isso, os jogos contra Uruguai e Paraguai pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 serviram como a última oportunidade para o treinador estar junto com seus jogadores. Essas duas partidas e o período de treinamento em Teresópolis (RJ) e Viamão (RS) fizeram com que ele firmasse convicções. Alguns jogadores ganharam pontos, outros perderam.
O goleiro Alisson saiu dos dois confrontos com crédito ainda maior com Dunga. O técnico valoriza não só o que o jogador faz dentro do campo, mas também como se comporta fora dele. Embora tenha levado um gol considerado defensável diante do Uruguai, o jogador do Internacional fez defesas importantes e mostrou personalidade.
Se o jovem Alisson foi bem, a grande estrela da seleção esteve no extremo oposto. Neymar teve atuação apagada no empate com o Uruguai, no Recife, foi suspenso por cartão amarelo e, mais uma vez, desfalcou a seleção em momento decisivo. Claro que Dunga nem pensa em abrir mão dele. Mas Neymar ficou com a imagem arranhada.
Leia mais:
Vini Jr erra pênalti, e Brasil cede empate para Venezuela
Vinicius Jr vira 'máquina de gerar gols' do Real e lidera ranking europeu
Dudu segue pessimista mesmo com clamor da torcida por vaga no Palmeiras
Filipe Luis diz que foi comunicado do afastamento de Gabigol no Flamengo
Enquanto isso, Daniel Alves ganhou ainda mais espaço, graças ao seu comportamento. Experiente, é respeitado no grupo e figura certa na Copa América Centenário. O gol marcado contra o Paraguai, no último minuto, só reforçou a ideia de Dunga de contar com atletas mais preparados para momentos de adversidades.
Willian e Douglas Costa dificilmente chamam a atenção individualmente, mas são fundamentais para o esquema do treinador e também estão em alta. São, inclusive, nomes especulados na lista de possíveis convocados acima de 23 anos para a disputa da Olimpíada do Rio, em agosto, principalmente o jogador do Chelsea.
Ricardo Oliveira, apesar dos 35 anos, ainda é um dos melhores centroavantes do País. Dificilmente irá à Copa do Mundo de 2018, mas, para um momento em que o mais importante para o time brasileiro é vencer, sua presença também é fundamental.
O caso mais curioso é o de Renato Augusto. O meia chegou sob muita desconfiança por ter ido para o futebol chinês, mas surpreendeu positivamente. Além de ter marcado um bonito gol contra o Uruguai, apareceu bem e mostrou frieza mesmo nos momentos de maiores dificuldades nos dois jogos. No seu caso, a dúvida está se ele vai conseguir manter o padrão elevado atuando no outro lado do mundo.
QUEDA - Alguns jogadores não conseguiram render o esperado e vão merecer atenção maior de Dunga. Na lateral esquerda, Filipe Luís fez com que Marcelo volte a ter boas chances de ser lembrado novamente.
Volantes e zagueiros parecem ser a pedra no sapato de Dunga. Luiz Gustavo e, principalmente, Fernandinho estiveram muito abaixo do esperado. O jogador do Manchester City teve dificuldades para atuar como segundo homem no meio de campo. Contra o Paraguai, cometeu tantos erros que foi sacado já no intervalo. Luiz Gustavo parecia disperso em determinados momentos e a falta de qualidade técnica para sair jogando atrapalhou.
Na zaga, David Luiz teve uma atuação desastrosa contra o Uruguai e ainda foi suspenso para o confronto contra os paraguaios. Miranda e Gil, bons tecnicamente, tiveram graves problemas de posicionamento e, embora o zagueiro da Inter de Milão tenha dito que não teria problema em jogar no lado esquerdo, claramente sentiu dificuldades diante do Paraguai.
Lucas Lima, Hulk, Phillipe Coutinho e Jonas tiveram pouco tempo para mostrar serviço e por isso mantiveram a média. Assim como Diego Alves, Marcelo Grohe, Marquinhos, Danilo, Alex Sandro e Oscar, que não jogaram.