O presidente do Vasco, Eurico Miranda, exibiu toda a sua irritação com a divulgação da tabela da Taça Guanabara, a segunda fase do Campeonato Carioca, e disparou críticas contra a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), a TV Globo, detentora dos direitos de transmissão do torneio estadual, e a Primeira Liga, organizadora da Copa Sul-Minas-Rio.
O dirigente, que é contra a realização do torneio regional, que conta com a presença dos rivais Flamengo e Fluminense, lembrou que a Ferj havia proibido a participação de equipes em torneios paralelos ao Campeonato Carioca, mas reclamou que isso vem sendo ignorado e até provocou interferências na tabela do Estadual. Para ele, os regulamentos não estão sendo cumpridos.
"Todos tem conhecimento da historia dessa Liga e dos desenvolvimentos, como foi feito e etc. Só que teve uma decisão. E qual foi? Clara. Teve uma decisão que seriam permitidas partidas amistosas e que a Primeira Liga poderia ser autorizada a partir de 2017. Ignoraram isso tudo. E essas coisas são colocadas na mídia, como a tabela da Liga. E com a conivência da CBF e da Federação. A Federação diz que está tomando posição e vou dizer o porquê que não toma. E pior: Com a conivência da televisão, que sabedora disso, ignora e divulga essa competição. Existe uma decisão do Arbitral da Federação de que os clubes não poderiam disputar qualquer outra competição que colidisse com o Campeonato Estadual. Eu estou vendo as coisas acontecerem", disse.
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Diante desse cenário, Eurico avisou que não está mais preocupado em cumprir as determinações da Ferj, inclusive a que exige a aprovação da entidade para a realização de partidas fora do Rio. Assim, revelou que o clássico com o Flamengo, pela quarta rodada da Taça Guanabara, com mando do rival e marcado para 30 de março, vai ser em Brasília.
"Eu cheguei à conclusão que na verdade o que está acontecendo é uma situação de 'barata voa'. E na 'barata voa' vale qualquer coisa. E eu estou entrando nessa de 'barata voa'. Não sei quais são as consequências. Não estou preocupado, mas definitivamente estou mudando os meus conceitos. Quando eu achava que o campeonato estadual tinha por obrigação ser defendido a todo custo. O meu conceito é que o campeonato estadual se disputa dentro do Rio de Janeiro. Estou mudando tudo. Agora se eu resolver jogar fora, vou jogar. E que não me venha essa história de que tem que ter autorização. Porque não tem que ter autorização para nada mais. As coisas acontecem. O que eu quero deixar bem claro é que eu não quero que a mídia venha me contestar se eu entender que não vou jogar um jogo aqui no Rio de Janeiro, que eu vou jogar fora. Se eu entender que o que a televisão determina, mesmo com a alegação de que é um dispositivo contratual, fere os meus interesses, tenho todo o direito de negar. E se vocês querem saber, Vasco x Flamengo será em Brasília".
A revolta de Eurico se deu pela decisão da Ferj de marcar a estreia do Vasco na Taça Guanabara, diante do Bangu, para o próximo domingo. A programação inicial era de que a partida seria realizada nesta quarta-feira.
"Eu queria saber por exemplo, porque razão, entre todos, escolheram o meu jogo para ser o da TV.no domingo. Porque não sábado? Porque não o clássico? Me consultaram? Dizer que não vai ter Vasco, mesmo quando a programação e todos já diziam que jogaríamos na quarta-feira, sem sequer consultar o Vasco? Está no contrato, tá bom. Então eu vou repetir. Vou cumprir dessa vez, da próxima eu não sei", reclamou.
Eurico classificou a realização da Copa Sul-Minas-Rio, que já está na rodada final da fase de grupos, como uma "esculhambação". Além disso, o dirigente revelou que o Vasco nunca foi convidado para fazer parte da liga que organiza o torneio.
"Daqui a pouco vamos ter o campeão da Primeira Liga. Virou uma esculhambação. Essa chamada Primeira Liga já teve a ousadia de mandar para a CBF um decálogo. Por que? Pois ela é conhecida como Liga. Por quem? Eu não estou nessa liga, não fui chamado para isso. Uma coisa tem que ficar muito clara. Liga para acontecer nesse país é preciso que todos os clubes sentem, discutem e possam chegar a uma conclusão de criação de uma Liga ou não. Não vamos enganar as pessoas, a opinião pública", comentou.