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Ex-jogador pede mais apoio a homossexuais no esporte

BBC Brasil
15 fev 2012 às 14:11

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O ex-lateral da seleção inglesa de futebol Graeme Le Saux disse que tem que ser feito muito mais para apoiar jogadores de futebol homossexuais.

Durante anos, Le Saux - que se aposentou em 2005 e tem agora 43 anos - foi vítima de boatos e alegações, nunca confirmados, de que ele seria gay.

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"O importante não é se há ou não jogadores gays no futebol profissional", ele disse à rádio BBC Jersey.

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"O que importa é que o ambiente seja tal que se eles forem (homossexuais), sintam que podem se realizar e que a profissão os apoiará", acrescentou.

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"No momento, não acho que isso exista".


"Acho que cabe ao futebol enfrentar esses demônios e dizer: 'Vamos defender as pessoas, qualquer que seja sua cor, fé ou sexualidade. Vamos dar a elas a oportunidade de se sentirem confiantes para tentar (a carreira)'".

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As declarações acontecem num momento em que temas como o racismo e outras formas de discriminação geram debates acalorados no futebol britânico.


Na semana passada, o zagueiro John Terry, do Chelsea, foi destituído do cargo de capitão da seleção inglesa por decisão da federação inglesa de futebol.

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Terry está sendo acusado de ter feito insultos racistas a Anton Ferdinand, zagueiro do Queens Park Rangers, e irmão do também zagueiro da seleção inglesa Rio Ferdinand, durante uma partida em outubro último.


Estilo Diferente

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Le Saux começou sua carreira no time St Paul's, da ilha britânica de Jersey. A partir de então, jogou 513 partidas por clubes como Chelsea, Blackburn Rovers e Southampton.


Amante das artes e de antiguidades, sua recusa em abraçar o estilo de vida típico de jogadores de futebol deu origem a acusações, nunca provadas, de que ele seria gay.

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O jogador, casado e pai, disse, no entanto, que não se arrepende por ter seguido seus princípios.


"Penso na minha carreira no futebol e talvez em alguns dos (pontos) negativos", disse. "Mas uma coisa boa é que sempre fui eu mesmo".

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"Sempre respeitei meus princípios e encarei as coisas de frente, tanto emocionalmente como fisicamente."


Le Saux disse que sugerir a um jogador que mantenha sua sexualidade em segredo iria contra esses princípios.


"Por isso, dizer a alguém: 'Eu provavelmente seria discreto' vai contra os meus princípios".


"Mas acho que, na prática, essa era a cultura no futebol e, de certa forma, ainda é hoje".


A campanha de boatos em torno da vida pessoal de Le Saux culminou em um incidente no campo: em 1999, jogando pelo Chelsea, ele se atracou com o então jogador do Liverpool Robbie Fowler.


Momentos antes do incidente, Fowler foi visto em câmera fazendo gestos obscenos para Le Saux.


Le Saux acha que o caso fortaleceu o mito de que ele era gay.


"Foi humilhante em vários níveis, porque foi o culminar de muitos anos de abuso que eu tinha sofrido".


"Um jogador profissional de futebol e colega reforçar com seu comportamento rumores que vinham sendo espalhados a meu respeito foi uma ofensa muito grande".


"Falei com Robbie sobre isso depois quando nos encontramos na (para jogar pela) seleção da Inglaterra e ele nunca se desculpou, nem mesmo em particular".

Atualmente, não há jogadores assumidamente homossexuais no futebol profissional inglês.


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