Dois anos depois de sua criação, o Projeto Paraná Basquete implantado pelo governo estadual para difundir o basquetebol no Estado, corre o risco de ser paralisado. Desde dezembro a Secretaria da Fazenda não libera cerca de R$ 300 mil para a manutenção do programa, que consome mensalmente, segundo o presidente da Paraná Esportes, Marcos Tocafundo, aproximadamente R$ 150 mil. Caso o governo estadual não libere essa verba até o final do mês o total atingirá R$ 450 mil.
Essa situação provocou o atraso de três meses no pagamento dos salários das atletas do Paraná Basquete, quarto colocado no campeonato nacional, além dos professores dos núcleos. Nas escolas onde funcionam os 14 núcleos estaduais começam a faltar bolas e uniformes básicos para as crianças matriculadas.
Caso o governo não defina a situação, um grupo de 4.300 crianças com idades entre 9 e 14 anos corre o risco de perder a chance de praticar o esporte. "Não trabalhamos com estoque de materiais, portanto se não houver verba, não teremos condições de arcar com depesas de materiais e outros encargos", disse o coordenador geral dos núcleos, Hélio Vendramini. Ao se matricularem as crianças recebem um kit com mochila, duas camisetas e boné.
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O secretário da Fazenda, Ingo Hubert, que acumula o cargo de presidente da Companhia Paranaense de Energia (Copel), não foi localizado para explicar o atraso no repasse das verbas. Segundo a assessoria de imprensa ele estava no interior do Estado e nenhum diretor quis comentar sobre o caso.
A falta de pagamento dos salários também atingiu o grupo de 23 atletas e comissão técnica do Paraná Basquete. Segundo o técnico Antônio Carlos Vendramini, o grupo está rendendo abaixo da sua capacidade e as dificuldades provocadas pelo atraso dos salários estão interferindo.
"Esse tipo de problema afeta o cotidiano das pessoas e por isso entendo o momento vivido pelas atletas", afirmou Vendramini, que comanda dois treinos diários do time.
Um desses problemas ocorreu na segunda-feira, quando a ala/armadora Silvinha quebrou o dedo, mas não foi atendida em seguida porque seu plano de saúde estava atrasado, assim como o aluguel de imóveis de algumas atletas.
"A Silvinha só foi atendida depois que viram a gravidade do caso e a reconheceram. Essa situação tira a tranquilidade das pessoas que desejam trabalhar seriamente como elas têm feito", afirmou Vendramini.
Na Paraná Esporte o presidente Marco Tocafundo também não sabe quando será solucionado o problema. "A Secretaria da Fazenda controla os pagamentos de todo o projeto, então precisamos aguardar uma decisão do secretário", disse o dirigente.
O projeto prevê um time de basquetebol na liga principal do País e o ensino fundamental do esporte para três categorias de alunos entre 9 e 14 anos. As cidades que recebem os núcleos são responsáveis pela divulgação dos eventos.
Em São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba), cidade-sede do projeto e do time do Paraná Basquete. Os ingressos são beneficentes e a renda das partidas é convertida para a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE).