O FBI detectou uma conta secreta em nome de Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, na Suíça e pediu oficialmente para a Justiça de Berna que repasse aos Estados Unidos os detalhes das movimentações, extratos bancários e até mesmo pessoas que poderiam ter sido beneficiadas com o valor.
A ação faz parte de uma ofensiva que congelou mais de US$ 50 milhões em contas secretas mantidas pela Fifa e seus cartolas. A Justiça, porém, não detalha se a conta de Teixeira estaria entre as que tiveram seus ativos congelados.
A informação foi revelada por jornais e televisões públicas da Suíça, no momento em que Joseph Blatter, presidente afastado da entidade, comparece a uma audiência diante do Comitê de Ética da Fifa. Se condenado, ele pode ser banido do futebol. Segundo os suíços, as contas bloqueadas têm relação direta com as investigações conduzidas nos EUA e que já indiciaram 41 pessoas, entre elas Ricardo Teixeira, Marco Polo del Nero e José Maria Marin. Todos os três ocuparam a presidência da CBF.
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Os nomes dos correntistas não foram divulgados oficialmente. Mas a Justiça indica que mais de 110 movimentações financeiras estão sob suspeita e que, de fato, congelou dezenas de contas. "As autoridades americanas pediram documentos relacionados com 50 contas de diferentes bancos, por onde o dinheiro teria circulado", indicou o porta-voz do Departamento de Justiça suíça, Folco Galli.
Segundo os jornais suíços Tages Anzeiger e o SRF, um canal público de Zurique, Teixeira é um dos que tiveram suas contas bloqueadas. A suspeita se refere ao dinheiro que ele recebeu no escândalo da ISL, empresa de marketing e que vendia os direitos de TV das Copas do Mundo.
Teixeira teria recebido propinas para influenciar na escolha da emissora que transmitiria a Copa de 2002 no Brasil. O nome da emissora não foi revelado em um documento da Justiça que, em 2011, confirmou que Teixeira fraudou a Fifa, ao lado de João Havelange.
No documento que solicita a cooperação dos suíços, o FBI inclui o nome de Teixeira, indicando para a existência de contas em seu nome. No indiciamento da Justiça norte-americana, em 3 de dezembro, o nome de Teixeira também aparece a o ser citado uma propina da Nike e que seria compartilhada entre o brasileiro e o empresário José Hawilla. Cerca de US$ 40 milhões foram transferidos para uma conta na Suíça e divididos entre os dois.
No país, diversos bancos passaram a ser obrigados a colaborar com o caso, entre eles o UBS, Credit Suisse Julius Baer. O congelamento das contas ocorreu à pedido dos norte-americanos.