O Flamengo já tem problemas demais. Jogadores em formação, veteranos em decadência e um técnico com decisões questionáveis. Tudo que o time não precisava era ver Carlos Eduardo, que tenta reencontrar um bom futebol, sair com uma lesão muscular e a arbitragem anular um gol depois de validá-lo. Os infortúnios contribuíram para mais um tropeço contra um time pequeno: 1 a 1, neste sábado, com o Duque de Caxias, em Moça Bonita.
Agarrando-se a remotas chances de classificação para as semifinais da Taça Rio (segundo turno do Campeonato Carioca), o time rubro-negro teve outra péssima atuação, a sexta em seis jogos com Jorginho como treinador, e basicamente consolidou a sua eliminação do Estadual.
Com duas rodadas por disputar no returno, o Flamengo só pode chegar a 11 pontos (Fluminense somava 10 e o Resende tinha 12 antes da partida entre eles marcada para minutos depois do final do jogo do Flamengo). Cabe a Jorginho e sua trupe se dedicar à Copa do Brasil, pela qual encaram o Remo, pelo jogo de volta da primeira fase, no Rio de Janeiro, apenas no próximo dia 17.
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Tempo não vai faltar a Jorginho, portanto, para rever conceitos e tentar dar um mínimo de padrão tático à equipe antes do Campeonato Brasileiro. Tempo também para a diretoria encontrar reforços, mesmo com as limitadas opções que se encaixam nas suas restrições financeiras.
"O árbitro falou que veio o sinal de trás, mas o árbitro de trás do gol disse que não foi ele que anulou o gol", comentou Cleber Santana, autor do único gol rubro-negro. "Mas não podemos culpar o árbitro. Tínhamos que fazer o resultado e agora ficou quase impossível a classificação", disse o meia, com lucidez. "Tem cinco árbitros no campo, não é possível isso. Acho que (a decisão de voltar atrás no gol marcado) veio lá de cima. Depois de confirmar, não pode mais voltar atrás gente", protestou Renato Abreu.
Erros da arbitragem à parte, de um jogo para o outro o time mostra os mesmos defeitos, apesar das seguidas alterações na formação titular. As melhores chances rubro-negras foram em chutes fortes de Renato Abreu de fora da área. Foi a mesma receita utilizada por Charles Chad para abrir o placar, seu oitavo gol no Campeonato Carioca. Aos 31 minutos, recebeu pela esquerda, aprumou o corpo e chutou de direita no ângulo direito de Felipe.
Jorginho repetiu as alterações óbvias de todos os seus jogos no comando rubro-negro, que mudam nomes, mas não a forma de atuar do time. Saiu Rodolfo e entrou Carlos Eduardo. Para piorar, o meia sentiu uma lesão muscular com menos de 10 minutos e precisou deixar o campo para a entrada de Cleber Santana. Jorginho mexe mal e ainda leva azar.
Aos 20 minutos, a confusão da arbitragem se somou à série de infortúnios rubro-negros. Elias chutou, Hernane desviou de cabeça para as redes. O gol foi validado pelo auxiliar e pelo árbitro Pathrice Maia. Vários segundos depois, os dois recuaram da decisão e anularam o lance por impedimento. "Não tem como o juiz dar o gol e voltar atrás depois. Isso não existe, não faz sentido nenhum", questionou Jorginho, com o 4.º árbitro. Vale dizer que Hernane já havia balançado as redes em jogada anulada por outro impedimento duvidoso.
Desmoralizados com o episódio, o Flamengo deixou a cabeça cair. O gol de Cleber Santana, aos 47 minutos do segundo tempo, foi fruto de uma pressão nos momentos finais, que não muda a situação desconfortável do time e de seu treinador.