O presidente Luiz Inácio Lula da Silva queixou-se nesta sexta-feira (15) da venda de jogadores brasileiros de futebol para os clubes europeus. E pediu ao ministro do Esporte, Orlando Silva, que avalie as mudanças que podem ser feitas na legislação atual para que os jogadores permaneçam mais tempo no Brasil.
Segundo o presidente, a venda de jogadores para pagar as dívidas dos clubes nacionais tem desestimulado os torcedores a irem aos estádios para assistir os jogos por que faltam "grandes craques". Lula fez os comentários ao assinar documento em que o governo brasileiro compromete-se a realizar ajustes para sediar a Copa do Mundo de Futebol de 2014.
"A gente reclama que o povo não vai mais ao estádio. O povo não vai mais porque os espetáculos não são mais os espetáculos que a gente gostaria de ver. Quantos times hoje têm nomes de envergadura que podem chamar as pessoas?".
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De acordo com informações da Ag~encia Brasil, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, concordou com a reclamação do presidente. "Você tem que ter algum apoio aos jogadores que estão sendo formados pelos clubes. Temos o exemplo do Ronaldinho Gaúcho, que o Grêmio formou e foi de graça para a Espanha", disse.
O ministro Orlando Silva disse que o ministério estuda ajustes na Lei Pelé, da década de 90, que dá mais independência aos atletas em relação aos seus contratos.
O documento assinado hoje é uma das exigências da Federação Internacional de Futebol (Fifa) para que o país garanta realizar mudanças na legislação para sediar a Copa do Mundo de 2014. Os ajustes envolvem, por exemplo, redução de impostos.
A CBF entregará a carta-compromisso à Fifa no final de julho. Caso o Brasil seja escolhido para sediar a competição, terá de cumprir as garantias governamentais até 2009.