O clima entre o CT da Barra Funda e o Morumbi anda pesado. No dia seguinte à goleada por 4 a 0 sofrida para o rival Palmeiras na nona rodada do Campeonato Brasileiro, o meia Michel Bastos foi escolhido para conceder entrevista coletiva no São Paulo e externou aos jornalistas a insatisfação com os quase quatro meses de direitos de imagem atrasados para boa parte do elenco.
"Somos trabalhadores e queremos receber. É uma situação que vem desde o ano passado, mas não impediu que a gente ficasse em segundo lugar no Campeonato Brasileiro, fazer um bom fim de temporada. Neste ano também começamos bem o Brasileirão, então acho que isso não está influenciando dentro de campo. Somos profissionais, é nosso trabalho. A gente quer que a situação volte ao normal, mas temos que trabalhar dentro de campo. Vamos conversar durante a semana, ver como vai ser, tentar regularizar essa situação", afirmou.
O camisa 7 foi contratado pelo São Paulo em agosto de 2014 e lembra que, quando procurou amigos que já haviam defendido o Tricolor, foi informado de que o clube tinha a tradição de honrar todos os compromissos. Agora, com cenário bem diferente do projetado há quase um ano, Michel não esconde a chateação, mas tenta passar confiança de que os dirigentes conseguirão resolver o problema.
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"Todos falaram que eu estava vindo para um clube correto e de pessoas corretas. A gente sabe que a situação está difícil e, neste pouco tempo que estou aqui, não vejo má fé em ninguém, muito pelo contrário. Estão tentando regularizar a situação. A gente escuta certas coisas na imprensa e acaba se criando uma esperança de receber. Já conversamos com o Ataíde (Gil Guerreiro, vice-presidente de futebol) e ele expôs algumas coisas, disse que estão tentando pagar o que estão devendo o mais rápido possível", ressaltou.
Perguntando se tem a intenção de colocar o clube na Justiça, como fez Alexandre Pato, Michel tentou levar o caso com bom humor e afirmou apenas que se arrepende de ter formulado seu contrato com o São Paulo dividido entre salário em carteira e direitos de imagem, como a maioria dos jogadores faz.
"Não tenho essa intenção, por enquanto não. Na carteira, estou regularizado desde que cheguei. O que está faltando é imagem. Quando você faz contrato, coloca na carteira, recebe. Se coloca imagem, é o que está acontecendo. Aqui não são muitos que recebem só na carteira, vai do jogador. Se eu soubesse, teria colocado tudo na carteira para receber meu dinheiro (risos). Tenho certeza de que a situação vai mudar. O clube abriu mão de jogadores importantes para isso e vai resolver rápido, porque a gente tem família, filhos...", lamentou.