O Palmeiras dissipou neste domingo o princípio de crise que havia se instalado no Palestra Itália depois de três jogos sem vitórias no Campeonato Brasileiro e um decepcionante empate com o Asa pela Copa do Brasil. No Itaquerão, o time alviverde se impôs diante do Corinthians e venceu o arquirrival por 2 a 0, gols de Rafael Marques e Zé Roberto, ambos no primeiro tempo.
A crise, agora, está no Parque São Jorge. O alvinegro, que ainda não havia sofrido gols no Nacional, mostrou muitas fragilidades na defesa e falta de poder de fogo no ataque depois da saída de Guerrero para o Flamengo. Irritada, a torcida vaiou os jogadores e gritou: "Não é mole não, tem que ser homem para jogar no Coringão".
Por causa do mau comportamento da sua torcida, inclusive, o Corinthians pode ser punido e perder mando de campo. No início do jogo, torcedores arremessaram uma latinha em cima do goleiro do Palmeiras, Fernando Prass. Já no final do primeiro tempo, um celular foi atirado na direção de Cássio. Os dois objetos foram entregues ao árbitro.
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Outro fato que chamou a atenção fora de campo foi um drone que sobrevoou o estádio com uma camisa do Guaraní do Paraguai, equipe que eliminou o Corinthians nas oitavas de final da Libertadores. O drone "passeou" sobre o local onde ficam as torcidas organizadas do Corinthians por aproximadamente um minuto antes de bater em uma parede e cair.
No início do jogo, o Corinthians até chegou a criar uma boa chance de marcar com Renato Augusto, que parou em grande defesa de Fernando Prass. Passado esse lance, o Palmeiras assumiu o controle da partida. A equipe usava as laterais do campo melhor do que o Corinthians e, por isso, era quase sempre perigosa quando avançava ao ataque.
Enquanto o Corinthians tinha apenas Romero no ataque, o alviverde contava com mais opções e poder ofensivo. Rafael Marques e Kelvin não guardavam posição e cabia a Valdivia distribuir o jogo. Do lado do alvinegro, Jadson errava passes fáceis e não conseguia dar sequência às jogadas de ataque da equipe. Sem criatividade e jogadas em profundidade, o Corinthians era refém dos chutões dos zagueiros ao ataque.
Melhor, o Palmeiras abriu o placar aos 24 minutos com Rafael Marques. Após cruzamento de Kelvin pela direita, a bola cruzou toda a área corintiana até encontrar o atacante grandalhão, que estava sendo marcado pelo baixinho Fagner. Rafael Marques cabeceou com precisão, sem chances para Cássio.
Com o time apático, o torcedor corintiano já esperava o intervalo na expectativa de que Tite arrumasse a equipe. Mas nos acréscimos veio o segundo gol do Palmeiras. Zé Roberto tabelou com Valdivia, tirou Edu Dracena da jogada e, no rebote de Cássio, cabeceou para o fundo da rede.
O gol selou o destino do restante do jogo. A vantagem de 2 a 0 deixou o Palmeiras em situação bastante confortável. O Corinthians voltou um pouco melhor no segundo tempo graças à entrada de Mendoza no lugar de Ralf, mas continuou com dificuldades para criar as jogadas no meio de campo. Já o alviverde, em contrapartida, jogava com o freio de mão de puxado.
Tite ainda apostou em Danilo, que costuma se dar bem em clássicos. O problema é que faltava variação de jogadas ao Corinthians. A equipe era previsível demais.
O Palmeiras levava o jogo em "banho-maria" para apostar nos contra-ataques, à espera de um vacilo do Corinthians. Aos 33, Egídio quase ampliou após boa jogada de Kelvin. Foi a única chance efetiva do Palmeiras no segundo tempo, que saiu de campo aos gritos de "nosso freguês voltou" de sua pequena, porém barulhenta torcida.