A reputação da Fifa depende de solucionar as acusações sobre a escolha do Catar como sede da Copa do Mundo de 2022, de acordo com o conselheiro anticorrupção da entidade, que dirige o Comitê Independente de Governança (IGC, na sigla em inglês). O painel, presidido por Mark Pieth deu o seu pleno apoio nesta quarta-feira a uma investigação da eleição das sedes dos Mundiais de 2018 e 2022, liderada pelo promotor Michael Garcia.
"A comissão de ética não deve descansar até que haja uma resposta conclusiva", escreveu Pieth em relatório aos membros do Comitê Executivo da Fifa. "Se a Fifa emergiu em escândalos nos últimos anos, deve agora produzir uma resposta convincente e transparente para todas as questões relativas a decisões de sedes, ou para confirmar que as suspeitas são, infelizmente, bem fundamentadas ou demonstrar que são infundadas", afirma o relatório.
Os comentários foram publicados em um relatório final de 15 páginas, produzido por Pieth para o Comitê Executivo, que escolheu a Rússia e o Catar como sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, respectivamente, em dezembro de 2010.
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Depois que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, prometeu reformar a entidade em 2011, o comitê nomeou Pieth para liderar uma comissão, que insistiu em criar um órgão independente de ética para combater a corrupção. "Isto inclui explicitamente alegações em relação às decisões sobre as sedes da Copa do Mundo e a IGC destacou esta questão, incluindo a decisão de atribuir o torneio ao Catar com uma necessária investigação mais aprofundada", escreveu Pieth nesta quarta-feira.
Assim, ele pede para que membros da Fifa contribuam para a investigação capitaneada por Garcia. "A visão do IGC era de que apenas a nomeação de um competente e experiente profissional de fora para esse papel permitiria que se investigasse as acusações de corrupção no coração da Fifa", disse Pieth. "A Fifa e todos indivíduos envolvidos devem, portanto, total e incondicionalmente, cooperar com a investigação de Garcia".
Nos últimos meses, Garcia vem colhendo depoimentos de membros da Fifa envolvidos no processo de escolha das sedes da Copa do Mundo, incluindo o presidente Blatter. E há a expectativa de que ele apresente ainda neste ano denuncias na comissão de ética da Fifa, comandada por Joachim Eckert, que decidirá as punições.
Embora Blatter tenha dito que a Rússia e o Catar não perderão o direito de sediar o torneio, não está claro como a comissão de ética pode tentar usar a sua autoridade. "Se as acusações forem confirmadas, a Fifa deve garantir que as consequências sejam significativas", escreveu Pieth.