Morreu às 11h30 desta sexta-feira, em Belo Horizonte, o ex-técnico da Seleção Brasileira, Telê Santana, aos 74 anos de idade, devido a uma falência múltipla dos órgãos. Ele estava internado no Hospital Felício Rocho desde o dia 25 de março, por causa de uma infecção no intestino grosso.
O quadro clínico de Telê vinha apresentando piora nos últimos dias, com comprometimento das funções hepática, renal e respiratória.
O 'Mestre' estava com a saúde bastante debilitada por um acidente vascular cerebral (derrame) que sofreu em 1996. Em 2003, teve que amputar parte de uma perna por causa de complicações circulatórias.
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Telê Santana nasceu em 26 de julho de 1931, em Itabirito-MG. Apareceu para o futebol como ponta-direita do Fluminense, no início da década de 50. Em seu primeiro Campeonato Carioca, ajudou o time a conquistar o título, em 1951. Foi campeão do Rio-São Paulo, em 1957, e outra vez carioca em 1959. Transferiu-se no ano seguinte para o Guarani, onde permaneceu até 1962. Jogou mais um ano no Vasco
Com a camisa 7, Telê ficou conhecido como "Fio da Esperança", por ser magro e ter muito fôlego, o que lhe permitia correr e jogar bem durante os 90 minutos. Também fez fama como um ponta moderno, que não se limitava a correr até a linha de fundo e cruzar, mas recuava para ajudar na marcação e compor o meio-de-campo
Jogou mais um ano no Vasco e encerrou a carreira de jogador. Logo tornou-se técnico e obteve o primeiro título no Fluminense: campeão carioca de 1969. Dois anos depois, conduziu o Atlético ao título do primeiro Campeonato Brasileiro. Também dirigiu Grêmio e Palmeiras. A boa campanha à frente do time paulista, no Brasileiro de 1979, o levou à seleção brasileira
Faltou o título mundial. Na Copa de 1982, o Brasil de Telê jogou bonito, encantou, mas não venceu. Em 1985, a seleção fez campanha irregular antes das Eliminatórias, e no início da competição, lá estava ele no banco, no lugar de Evaristo de Macedo. No ano seguinte, tornou-se o primeiro técnico a dirigir o Brasil em mais uma Copa sem ter vencido a primeira disputa.
O novo fracasso do Brasil no México fez Telê pensar em se aposentar. Mas ele voltaria, passaria por Atlético, novamente o Palmeiras e, no São Paulo, no início da década de 90, viveu o período mais glorioso de sua carreira. Sob seu comando, o time conquistou duas Libertadores e dois Mundiais interclubes (1992/93), um Brasileiro (1991), dois Paulistas (1991/92) e uma Supercopa Libertadores (1993), entre outros títulos menores
Em 1996, Telê deixou o São Paulo. Sua última passagem pelo futebol não chegou a se concretizar: no início de 1997, foi contratado pelo Palmeiras. Já com problemas de saúde, no entanto nunca chegou a assumir o cargo.
A família do ex-treinador ainda não informou o local ou horário do enterro.