A Volta da França e outras corridas renomadas deixarão de fazer parte do calendário de elite da União Internacional de Ciclismo (UCI, na sigla em inglês) em ação vista como mais uma capítulo da disputa pelo controle do esporte.
A Amaury Sport Organisation (ASO), organizadora da Volta da França, rejeitou no mês passado as reformas propostas pela UCI para o calendário de 2017, e conta com o apoio de vários organizadores de provas em sua tentativa de se livrar da tutela da entidade gestora do ciclismo.
A ASO declarou em um comunicado nesta sexta-feira que disse à UCI que "optou pelo registro de seus eventos no calendário Hors Classe para a temporada de 2017", o que significa que terá mais liberdade para convidar as equipes que desejar para os seu eventos.
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A organização descreveu a reforma do calendário para 2017 como um "sistema de esporte fechado". Ela teme que o novo plano só irá reforçar o poder das mais poderosas equipes, e, finalmente, levar a um sistema de franquias.
"Mais do que nunca, a ASO permanece comprometida com o modelo europeu, e não pode comprometer os valores que ele representa: um sistema aberto que dá prioridade ao critério esportivo", disse. "É, portanto, neste novo contexto e dentro de seus eventos históricos que a ASO continuará a manter esses valores vivos".
A ASO possui a Volta da França e outras provas, como as clássicas Paris-Roubaix e Liège-Bastogne-Liège, bem como as corridas de uma semana Paris-Nice e a Criterium du Dauphine.
A UCI, que tem estado regularmente em desacordo com os organizadores da Volta da França nos últimos 15 anos, anunciou em setembro reformas destinadas a simplificar o calendário.
Além disso, decidiu adotar outras medidas, incluindo a implementação de licenças de três anos concedida a um máximo de 18 equipas para o circuito mundial entre 2017 e 2019, e a adoção de mais rigorosos protocolos antidoping. Um número limitado de novas provas também podem ser adicionadas, enquanto novas e corridas já existentes serão submetidas a um rigoroso conjunto de normas. As equipes também serão obrigadas a seguir as regras sobre seus ciclistas e outros membros.
Mas a Associação Internacional de Organizadores de Provas de Ciclismo (AIOCC, na sigla em inglês), presidida pelo diretor da Volta da França, Christian Prudhomme, votou esmagadoramente contra as reformas no mês passado, expressando "extrema preocupação" sobre os planos da UCI.
O AIOCC também pediu para "um grupo de trabalho ser criado o mais rapidamente possível que reúna todas as partes interessadas, a fim de propor as necessárias medidas corretivas". Agora, com a saída da Volta da França do calendário da UCI, o racha no ciclismo aumentou.