Nesta sexta-feira (26), será aberta oficialmente o campeonato Pan-americano em Lima, no Peru. A competição vai contar com quatro atletas, em três modalidades, de projetos que contam com apoio da Prefeitura de Londrina, são eles: July Ferreira da Silva e Tatiane Raquel da Silva, no atletismo; Nicole Pircio, na ginástica rítmica e Vinicius Figueira, no karatê. As primeiras disputas começaram nesta quarta-feira (24). Ao todo, são 6.680 atletas de 41 países em 39 esportes.
Atletismo
No atletismo, dois nomes já conhecidos pelos londrinenses estarão competindo: Tatiane Raquel da Silva e July Ferreira da Silva. Recentemente, as esportistas foram para Paipa, na Colômbia, para um período de 28 dias de treinamentos específicos de adaptação à altitude, para se preparar para o Pan-americano de Lima. Elas disputarão as provas dos 3.000 metros com obstáculos e 1.500 metros rasos, respectivamente.
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Em abril deste ano, Tatiane brilhou no Sul-Americano de Atletismo, disputado em Lima, no Peru. A atleta venceu os 3.000 metros com obstáculos, batendo um novo recorde. Atualmente, ela é líder do ranking nacional e do Sul-Americano. Tatiane espera que consiga dar o melhor, em seu segundo Pan consecutivo da carreira. "O camping na Colômbia foi muito bom, treinei muito. A expectativa para os jogos é grande", acrescentou. Depois do Pan de Lima, seu objetivo principal é buscar uma vaga nas Olimpíadas de Tóquio, em 2020.
July, de 24 anos, participará de seu primeiro Pan como atleta na categoria adulto. No Sul-americano, ela conquistou o bronze nos 1500 metros, com o tempo de 4min27s93. Atualmente, ela é a líder do ranking nacional nos 1500 metros rasos.
A dupla integra a equipe Londrina/FEL/IPEC, que faz parte do Projeto Atletismo Londrina. O técnico do projeto, Gilberto Miranda, afirma que essa conquista, além de ser do Projeto, também é da Fundação de Esportes de Londrina, da Prefeitura e da cidade. "Poucos projetos do Brasil têm duas atletas para a maior competição das Américas", acrescentou. Miranda também contou sobre a expectativa para o Pan. "As meninas estão trabalhando desde o ano passado. Houve um planejamento para isso, que passou pela busca de índices exigidos", frisou.
O Projeto Londrina Atletismo conta com patrocínio da Prefeitura de Londrina, por meio da Fundação de Esportes de Londrina (FEL), através do Fundo Especial de Incentivo a Projetos Esportivos (FEIPE). Iniciado há 20 anos, atualmente, o projeto conta com cerca de 120 atletas em diversas categorias.
Ginástica rítmica
Nicole Pircio, de 17 anos, integra o conjunto de ginástica rítmica adulto, com as ginastas Beatriz Linhares, Camila Rossi, Deborah Medrado e Vitória Guerra. Nascida em Piracicaba (SP), ela começou na ginástica rítmica aos 10 anos, na escola em que estudava. A ginasta veio para o norte do Paraná após um curso que a técnica londrinense Virgínia Nobre realizou em sua cidade, em 2016. "Eu participei e ela me viu treinando. Me chamou para ir fazer um teste na ADR Unopar", contou Nicole, que aceitou o convite e mudou-se com a família para Londrina.
Em dezembro de 2017, Nicole foi chamada pela técnica brasileira, a ex-ginasta londrinense Camila Ferezin, para a seleção brasileira de conjunto após 14 dias de treinamento em Aracaju (SE). "Todos os dias estou sempre dando o meu melhor, em busca de uma grande realização. A ginástica representa tudo na minha vida, e não consigo me imaginar sem ela. O meu verbo é treinar. O meu espírito é ginástica. O vício é me alongar. O meu destino é competir! Minha paixão é a ginástica rítmica", ressaltou.
Pela seleção brasileira de conjuntos, Nicole alcançou três títulos sul-americanos neste ano, repetindo o feito do ano passado: a equipe foi ouro na final 5 bolas e na final mista, terminando em primeiro lugar também na classificação geral. Em 2018, a equipe participou também do Pan-americano de Ginástica Rítmica, em Lima, no Peru. O conjunto brasileiro garantiu a medalha de ouro na apresentação com 5 arcos e a medalha de bronze na coreografia mista. Na apresentação com 5 arcos, as brasileiras atingiram a somatória 20.950, batendo o recorde com a maior nota da história das Américas.
Para o Pan-americano de Lima, em 2019, a equipe tentará conquistar a sexta medalha de ouro na prova geral por equipe. Desde o Pan de Winnipeg, em 1999, em que o Brasil conquistou o primeiro ouro na ginástica rítmica, a seleção ganha todas as medalhas de ouro na classificação geral.
A preparação para o campeonato Pan-americano, para Nicole, "foi de muita luta, superação, muito treino, mas também de muita alegria com muitas metas e todo dia em busca da melhora, para estar 100% preparada. Sempre confiando e acreditando que Deus tem preparado o melhor".
A ADR Unopar recebe apoio da Prefeitura de Londrina, por meio da FEL, via recursos do FEIPE. Dayane Camillo, técnica da equipe adulta, afirma que o FEIPE é essencial para as ginastas. "Fazemos um trabalho desde a iniciação já pensando no futuro. Na Unopar, desde cedo trabalhamos com alto rendimento pensando que as ginastas poderão participar da seleção brasileira adulta. A verba do FEIPE é primordial e ajuda na formação de base, como também na adulta", destacou.
Karatê
O karateca de 28 anos, Vinicius Figueira, nasceu em Londrina e conheceu o esporte por meio de um amigo, há 17 anos. Desde então, treina na Associação Oguido Dojo com o sensei Marcelo Oguido, técnico convocado para a seleção brasileira de karatê há 3 anos.
Em 2018, o londrinense foi vice-campeão mundial em Madri, na Espanha. Ele já tinha conquistado o bronze no Mundial de 2014, na Alemanha. Atualmente, o karateca ocupa a segunda colocação no ranking mundial na categoria kumite até 67kg. Figueira participa da seleção brasileira desde 2013. "Hoje o karatê é a minha profissão, e assim, tenho a possibilidade de me dedicar 100% ao esporte para conseguir os melhores resultados", frisou.
Além dos treinamentos em Londrina, Figueira também treina com a seleção brasileira, no Rio de Janeiro, e fora do país. Segundo Oguido, a preparação para o Pan-americano foi intensa. "Temos chances reais de trazer um ouro para Londrina. Os treinos estão a todo vapor", afirmou.
Para o sensei, a convocação para o Pan-americano é uma conquista para toda a equipe. "É uma felicidade para o Vinicius, mas também para todos nós, família e amigos que sempre torceram e apoiaram. É o resultado de muito trabalho que envolveu muitas dúvidas, dores, derrotas, vitórias e muitos nãos. Mas, todas as oportunidades que tivemos, agarramos. O maior mérito foi dele, pois sem a garra e comprometimento dele, não adiantava um técnico e uma equipe trabalhar", acrescentou.
A Associação Oguido Dojo recebe apoio da Prefeitura de Londrina, por meio da FEL, via recursos do FEIPE, há 15 anos. Marcelo Oguido afirma que o investimento foi fundamental para o sucesso de Figueira. "Por muitos anos viajamos para as etapas do Mundial com essa verba. Isso ajudou o Vinicius a somar pontos e ganhar experiência com torneios no exterior. Toda nossa equipe é beneficiada. Sem o FEIPE, não teríamos condições de lutar também nas seletivas nacionais para convocação para a seleção brasileira, por muitas delas serem longe e as passagens serem caras", detalhou.
O karatê vai ser incluído pela primeira vez em uma Olimpíada em Tóquio 2020, e essa é a próxima meta de Figueira. "Ainda neste ano, temos etapas da liga mundial no Japão, Rússia, Chile e Espanha, que valem pontos para classificação olímpica", destacou.
Em 2019, o atleta já participou de sete competições internacionais, na Áustria, Canadá, China, França, Marrocos, Panamá e Turquia. "Fomos em busca de pontos para o ranking olímpico e já aproveitamos e nos preparamos também para os Jogos Pan-americanos. Essa é uma competição importante para o karatê porque pode ajudar na conquista da vaga olímpica", afirmou.