Duas competidoras quenianas suspensas por doping no Mundial de Atletismo de 2015 disseram que o diretor executivo da federação de atletismo do seu país lhes pediu um suborno de US$ 24 mil (aproximadamente R$ 93 mil) em troca da redução de suas penas.
Joy Sakari e Francisca Koki Manunga afirmaram à agência de notícias Associated Press que Isaac Mwangi solicitou o pagamento durante uma reunião em 16 de outubro, mas elas declararam que não poderiam conseguir o dinheiro. Ambas foram suspensas até 2019 pela presença do diurético furosemida em exame antidoping.
"Eu disse a ele que nunca vi tanto dinheiro na minha vida. Mesmo se eu vendesse tudo, não teria condições de reunir essa quantidade de dinheiro", afirmou Manunga. "Ele nos perguntou se poderíamos lhe dar algo. Isso é o que ele disse. Ele pediu dinheiro", acrescentou Sakari.
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Elas foram, então, informadas de suas suspensões de quatro anos através de um e-mail em 27 de novembro, mas nunca entraram com uma queixa-crime porque, dizem, não tinham provas para apresentar sobre a acusação de suborno e também temiam a repercussão do caso.
Mwangi negou as acusações e as considerou como "uma piada", e disse que nunca se reuniu com as atletas, além de garantir que a federação não tem poder para influenciar nas penas dos atletas. "Temos ouvido histórias, os atletas vêm e dizem, 'Oh, você sabe, me pediram dinheiro', mas você pode realmente comprovar isso?".
As corredoras disseram que estão dispostas a prestar depoimento na comissão de ética da Associação Internacional das Federações de Atletismo, que investiga a suposta corrupção na federação do Quênia. O principal responsável pelas investigações, Sharad Rao, indicou que a decisão das atletas de denunciar o caso poderia ser "muito importante".
As investigações já provocaram as suspensões do presidente da federação queniana, Isaiah Kiplagat, do vice-presidente, David Okeyo, e do ex-tesoureiro, Joseph Kinyua.