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Confira 14 jeitos diferentes de comer bolinhos de chuva, mesmo que faça sol!

29 jan 2016 às 09:50

Tudo bem que eles realmente combinam com chá em dias frios, chuvosos e preguiçosos, mas nada impede que você aposte nessa iguaria mesmo que o sol esteja 'estalando mamona' lá fora! Se o calor não permitir uma boa xícara de chá quente ou café, você pode combinar os famosos bolinhos de chuva com suco ou chá gelado, e até mesmo apreciá-los puros, só para sentir o sabor único desses quitutes que nasceram nas cozinhas portuguesas.

No Brasil do século XVII eles ganharam ainda mais sabor nas mãos das escravas quituteiras. Nessa época a versão original do bolinho era feita com mandioca ou cará. O trigo era escasso, caro, vinha de Portugal, e raras eram as receitas feitas com a "Farinha do Reino". Em compensação, o bolinho era feito com muitos ovos, açúcar, leite, frito em gordura de porco. Os nomes também variavam, conforme a região, eram chamados de Quero Mais, Quero Quero ou Desmamados.


A iguaria nunca teve a pretensão de ser 'doce de Sinhá'. Sua vocação sempre foi o sabor, a leveza e o encanto aos olhos das crianças, que esperavam ansiosas pela hora em que saíam quentinhos dos tachos dos fogões a lenha, quando eram generosamente polvilhados com açúcar e canela. E por serem deliciosamente preparados por mãos escravas, acabaram recebendo o apelido de Bolinhos de Negra.


Ao longo dos séculos recebeu inúmeros outros nomes. Muitas escravas saíram do anonimato para ligar seus nomes a essa receita, homenagem que atravessou os séculos: ainda se encontram cadernos de receitas onde ele é chamado de Bolinhos da Negra Ambrósia ou da Negra Marcionila.


Das cozinhas das fazendas os bolinhos foram parar nos tabuleiros, quando muitas escravas recém-libertas passaram a ganhar a vida vendendo o quitute pelas ruas e praças das cidades. Para a venda, o bolinho era preparado em tamanho maior, enrolado em folhas de bananeira, quentinho, gostoso e muitas vezes recheado com doce de leite ou cocada mole. Logo ganhou novos nomes, como Bolinho de Negra Forra, Bolinho de Estudante e, quando tinha tamanho avantajado, Mata a Fome.


Não é à toa que Monteiro Lobato quis homenagear essas quituteiras eternizando uma negra como autora do bolinho de chuva: Tia Nastácia, a querida cozinheira do Sítio do Pica Pau Amarelo, que ficou ainda mais famosa nos anos 1980, quando a obra ganhou vida na telas da TV. Em grande parte dos episódios, Narizinho, Emília e Pedrinho terminam as histórias degustando os saborosos bolinhos carinhosamente feitos por Tia Nastácia.


Não se sabe ao certo como aconteceu, mas em uma tarde do século XX, alguém associou o bolinho à alegria que trazia às crianças nas horas em que não podiam correr ou brincar nos quintais por causa do tempo chuvoso. E desde então o nome bolinho de chuva ficou definitivamente ligado à receita.


Então, para relembrar os tempos de infância, que tal se deliciar com as receitas selecionadas pelo Bonde para o especial deste final de semana? Na versão tradicional, recheado e até salgado, existem muitos e deliciosos jeitos de preparar esse quitute que tem muita história pra contar. São 14 receitas para você escolher a sua, curtir uma tarde preguiçosa e ainda fazer a alegria da garotada. Aproveite!


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