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Culinária capixaba: delícias que vão da moqueca à polenta

31 dez 1969 às 21:33

Uma grande atração no Estado do Espírito Santo é a culinária, caracterizada pela diversidade. A tradição pesqueira e a herança da cultura indígena e negra influenciaram profundamente a culinária capixaba, tornando-a eclética, fruto de muitas influências oriundas dos habitantes do período de colonização, como os portugueses, africanos e povos do norte da Europa.

Com a vinda de imigrantes europeus novos pratos foram acrescentados à cozinha capixaba. Dos italianos, que formaram uma das maiores representações de imigrantes no Estado, destacam-se o anholini, o tortei, a sopa pavese, o risoto e a polenta. Mineiros e baianos também trouxeram de suas terras pratos típicos, como o péla-égua e o vatapá. Dos alemães recebemos uma culinária à base de batatas e carne de porco. Os portugueses deixaram sua marca com as delícias dos pratos à base de bacalhau, azeite, batata e doces feitos com ovos.


Com a dificuldade de encontrar determinados ingredientes, receitas foram modificadas, ganhando um sabor bem brasileiro. Dentre as delícias encontradas no Espírito Santo, não podemos esquecer dos pães, bolos, tortas, doces, geléias, licores, queijos, ricotas e embutidos. Surgiram também o brote, típico pão alemão, o socol (embutido), a broa de milho, o bolo de aipim com coco, a papa de milho verde, o biscoito de nata, de polvilho, o pudim de leite, o arroz doce, a cocada, o beiju, o cuscuz e a mentira.


Tipicamente capixaba


Entre os pratos típicos mais famosos do Espírito Santo, estão a torta e a moqueca capixaba, a muma de siri e a caranguejada. Famosa internacionalmente, a moqueca capixaba é o prato mais conhecido da culinária do Estado. O nome "moqueca" designa um estilo de preparar o alimento que consiste no cozimento sem água, apenas com os vegetais e frutos do mar e, ao contrário da moqueca baiana, a capixaba não recebe azeite de dendê e nem leite de coco.


Logo em seguida, vem a torta capixaba, preparada com vários frutos do mar, como siri desfiado, camarão, ostra e sururu, além de bacalhau e palmito. O prato é um dos mais tradicionais durante a Semana Santa dentro dos lares dos capixabas.


A técnica de catar o crustáceo é a mesma que já utilizavam os indígenas, fartos comedores de caranguejo. Com lama até os joelhos, dentro dos mangues, os pescadores recolhem os caranguejos no tato e no jeito, com cuidado para que os dedos não sejam aferroados pelas puãs.


Panelas de Barro


As desfiadeiras de siri da Ilha das Caieiras, assim como as Paneleiras de Goiabeiras, ocupam atividade artesanal de destaque na composição da cultura popular de Vitória. A panela de barro é, sem dúvida, uma das maiores expressões da cultura popular do Espírito Santo. Desde a sua origem - nas tribos indígenas que habitaram o litoral do Estado - até os dias de hoje, a técnica de sua confecção e a estrutura social das artesãs pouco mudou. O trabalho artesanal das paneleiras sempre garantiu a sobrevivência econômica de seus familiares, como também de suas tradições.


As panelas de barro constituem o principal elemento cultural na elaboração de pratos típicos da culinária capixaba. A moqueca capixaba, a moqueca de garoupa salgada com banana-da-terra e a torta capixaba têm de ser feitas em panela de barro, para serem autênticas. A produção é constante e todas as peças produzidas são vendidas aos turistas e à população da Grande Vitória.


A tradicional panela de barro, ideal para o preparo da moqueca capixaba, pode ser encontrada no bairro de Goiabeiras, em Vitória. A Associação das Paneleiras de Goiabeiras (APG) conserva a tradição de mais de 400 anos da feitura das panelas, que passa de mãe para filha, utilizando o barro de batinga e a tintura de tanino, retirada dos manguezais de Vitória. Suas panelas possuem o Selo de Autenticidade das Panelas de Barro, criado pela Prefeitura de Vitória, e vendidas no galpão da Associação.

Serviço:
www.es.gov.br


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