Das histórias que os socorristas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de Londrina têm para contar diariamente, uma delas "foge" da prática de atendimento a vítimas de acidentes, traumas e outras situações que envolvem cuidados em saúde.
A equipe do turno da manhã recebeu a reportagem com bastante entusiasmo e carinho para contar a história de “Samuzinho”, um vira-lata adotado pela corporação em 2011. A participação do animal de estimação não se restringe à guarda da base do Samu, na zona leste da cidade.
Ele percorre a região com uma popularidade para poucos. No passeio matinal, recebe os "cumprimentos" e afagos dos frentistas do posto, dos servidores e frequentadores do Centro POP (Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua) e até do pet shop do bairro, onde garante alguns petiscos diários das melhores marcas de ração. “Ele é enjoado. Não come qualquer coisa não”, diz, aos risos, a auxiliar de serviços gerais do Samu, Ercília Dolores Teixeira.
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O comentário é típico de quem convive com o animal há anos e não esconde o carinho. “Ele também nos acompanha até o ponto de ônibus. Já passaram outros cachorros por aqui, mas só ele que ficou. Ele apareceu filhote quando a base era na rua Maranhão. Nos mudamos para este endereço e ele veio junto. Todo mundo tem um cuidado especial com ele”, conta.
Tantos anos de convivência com a equipe, formada por 120 servidores, até garantiu uma participação do Samuzinho no desfile de 7 de setembro, ao lado dos socorristas. “Temos ele como nosso mascote então, não pensamos duas vezes em levá-lo conosco, até como uma forma de as pessoas o conhecerem”, comenta a coordenadora de enfermagem do Samu, Izilda Frois.
Antes de ganhar uma cama pet, Samuzinho escolhia dormir embaixo das ambulâncias. Fato que já lhe trouxe alguns problemas, como atropelamento. Mas o pequeno cão, de pelos curtos e focinho branco, já passou por outros episódios difíceis também como cirurgia e transfusão de sangue. Recentemente, foi atropelado, mas está bem após consulta com veterinário.
Apesar da idade avançada, a equipe garante que ele segue como guardião do espaço. “Ele sabe que quem está de macacão pode entrar na base, mas com estranhos ele late avisando o pessoal, principalmente de madrugada. Para ver o Samuzinho é só passar em frente da base porque ele sempre está deitado no portão, olhando a rua, o movimento”, conta a enfermeira Gisele Cristina César, uma das tutoras de Samuzinho. É ela quem assume a maior parte dos cuidados com veterinário.