Em uma audiência pública ocorrida na terça-feira (19), na Câmara dos Deputados, em Brasília, para debater a regulamentação da cannabis sativa para fins medicinais e terapêuticos, o deputado estadual de São Paulo, Eduardo Suplicy (PT), revelou a decisão de utilizar a medicina endocanabinoide como parte do tratamento da doença de Parkinson, com a qual foi diagnosticado no final de 2022.
“Além da medicação convencional, estou me tratando com a cannabis medicinal desde fevereiro e posso lhes dizer que estou me sentindo muito bem, contínuo muito ativo”, afirmou o deputado. Mesmo que o tratamento já esteja disponível no país, pela proibição de plantio da planta os insumos ou o produto precisam ser importados, aumentando assim o custo do tratamento.
A experiência pessoal de Suplicy soma um elemento humano à discussão e coloca uma luz intensa sobre a importância de ampliar o acesso à cannabis medicinal no tratamento de condições médicas debilitantes. “Estudos científicos demonstram a eficácia dos produtos derivados da cannabis na redução da rigidez muscular e no alívio dos tremores em pacientes com Parkinson”, aponta Vitor Brasil, coordenador médico do Centro de Acolhimento em Terapia Canabinoide do Hospital Santa Casa de Curitiba, uma iniciativa da startup Anna Medicina Endocanabinoide.
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A doença de Parkinson é caracterizada pela degeneração progressiva das células nervosas no cérebro, levando a sintomas como tremores, rigidez muscular, lentidão nos movimentos e problemas de equilíbrio. Porém, tratamentos convencionais, como a levodopa, frequentemente apresentam efeitos colaterais significativos e perda de eficácia ao longo do tempo – fato irrisório no tratamento com cannabis medicinal. “Pacientes com acompanhamento médico especializado normalmente possuem efeitos colaterais insignificantes com o uso concomitante dos derivados da cannabis, como o CBD, dentre outros”, completa o médico.