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No Paraná

Justiça autoriza mulher a doar rim para sobrinho; entenda

Larissa Ayumi Sato - Grupo Folha
08 jul 2019 às 15:27
Estefânea e o marido - Reprodução/Facebook
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Uma mulher obteve autorização na Justiça para doar um rim para o sobrinho, de quem ela não é "parente de sangue". Esta história surpreendente de uma família unida aconteceu em Quedas do Iguaçu (Centro-Oeste).


Há cerca de 15 meses, o atendente de farmácia Sidnei Pastre, 37, foi diagnosticado com insuficiência renal estágio cinco, com a indicação de transplante. Desde então, vários parentes se submeteram a exames de compatibilidade, sem sucesso. Uma irmã dele é 100% compatível mas, como ela teve pedra no rim, não pôde ser a doadora.

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Após saber que tinha a mesma tipagem sanguínea de Pastre, a tia da esposa dele, a operadora de caixa de supermercado Estefânea de Souza Rozentalski, 42, ofereceu-se para fazer os exames. Depois de repetir a bateria de testes, para ter certeza dos resultados, obteve-se 20% de compatibilidade, o suficiente para a doação. "É uma compatibilidade considerável, senão, nem autorizam", explicou em entrevista ao Portal Bonde. Ela também foi submetida a avaliações nutricional, social e psicológica, todas com pareceres favoráveis ao transplante.

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No Brasil, a legislação em vigor apenas autoriza a doação de órgãos entre vivos (com exceção da medula óssea, cuja doação é livre) para parentes até quarto grau ou mediante autorização judicial. O Ministério Público do Paraná considerou justificável a busca da autorização do Judiciário, tendo em vista o vínculo afetivo entre doadora e receptor.

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"O pai da Eliane (esposa do Sidnei) é irmão do meu esposo", conta Estefânea. "Estou casada há 25 anos, e o Sidnei está na família há mais de 20 anos. É meu sobrinho de coração, e o juiz compreendeu. É uma família muito unida", diz.


Com a compatibilidade comprovada, a família entrou com ação no Tribunal de Pequenas Causas, e o juiz, Vitor Toffoli, deferiu o pedido no dia 11 de junho. "Juntamos documentos para comprovar o parentesco, e em cerca de uma semana conseguimos", comenta a doadora.

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Estefânea conta que deve ficar cinco dias internada depois do transplante e, com os cuidados necessários, em 15 dias está apta a trabalhar novamente. "É uma cirurgia bem simples. Vou doar o rim que tem mais artérias, o esquerdo, que é um pouco maior. Como o órgão sai quente do meu corpo para o dele, é uma recuperação mais rápida", explica.


"A família, o pessoal do trabalho, todo mundo apoiou. Ele mesmo me perguntou se era isso mesmo que ia fazer, mas estou bem tranquila. O médico falou que não tem problema, é só fazer o acompanhamento periódico, me cuidar, que não tem problema nenhum. Conversei com uma mulher que doou o rim há três anos, e está tudo bem com ela. A madrasta da minha sobrinha (Eliane) vive com um rim só, sem problemas", comenta.

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O transplante estava marcado para o último dia 28, mas como Pastre estava um pouco debilitado, a cardiologista que o acompanha optou pela não realização da cirurgia. O paciente está sob tratamento, e dia 30 deste mês retorna para nova avaliação médica.


Tratamento

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Desde o diagnóstico, em abril de 2018, Pastre viaja três vezes por semana – segunda, quarta e sexta – para Cascavel para fazer hemodiálise. A viagem, de cerca de 110 quilômetros, dura cerca de uma hora e meia. "Ele sai às 11h, quando o levo para almoçar na minha sogra, e depois chega em casa às dez da noite. E são quatro horas ligado à máquina", detalha a esposa dele, Eliane Aparecida Rozentalski Pastre, 34, proprietária de uma floricultura.


"Como está afastado do trabalho, ele fica comigo na loja como passatempo, mexe alguma coisinha. Temos um bebê de oito meses que ele não segura, pois não tem forças. Além disso, é pouca coisa que ele consegue, pode comer. Qualquer coisa eleva o potássio, o fósforo. Não pode ingerir água, líquido nenhum, que vai para o pulmão", informa a esposa.

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Além do bebê, o casal tem ainda uma filha de cinco anos e oito meses. "Para onde a gente vai, como no médico, em Cascavel, às vezes ficamos dois, três dias fora, e ela falta nas aulas. E ela comenta com a ‘prof’ na escola que teve que ficar lá porque estava cuidando do papai", afirma Eliane. "Ela está tendo uma atenção especial porque, por mais que a gente tente esconder, ela percebe".


"A gente fica feliz que logo esse sofrimento vai acabar, mas fica angustiado, com medo, porque não sabe quanto tempo vai demorar", resume Eliane. Ela comenta que ele está mais sentimental, e a hemodiálise o enfraquece mais ainda.

"Graças a deus, da parte dela, estamos bem confiantes, bem animados. A gente fica com aquele medo, pelo fato de o coração dele estar mais fraquinho. Mas conseguimos uma pessoa boa para doadora", coloca.


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