A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou, nesta quinta-feira (13), que o adoçante aspartame, composto comum em bebidas dietéticas, é considerado um alimento "possivelmente cancerígeno" para os seres humanos.
Apesar da nova classificação fornecida ao aspartame, a OMS não alterou os valores diários de consumo aceitáveis para o alimento, uma vez que os dados científicos conhecidos até o momento não embasam uma mudança.
As conclusões fornecidas pela Organização derivam de um estudo realizado pela Iarc (sigla em inglês para Agência Internacional para Pesquisa do Câncer) em conjunto com pesquisadores do JECFA (Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares da OMS e da Organização para Agricultura e Alimentação).
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A nutróloga Dinah Ribeiro explica que, para ser considerado "promotor de tumores", o aspartame deve ser ingerido em grandes quantidades: em média, 70 sachês por dia. "O ideal é reduzir o consumo de todo alimento, especialmente os ultraprocessados, que possa gerar esse risco. Então, o consumo eventual de um refrigerante diet que tem aspartame não causaria esse problema", aponta.
O ASPARTAME NA ROTINA ALIMENTAR
A estudante de educação física Karla Pereira conta que não tem costume de consumir alimentos adoçados com aspartame e que pretende manter o hábito.
"Sempre tive o costume de comer bem por conta dos meus pais e, depois que entrei no curso de educação física, o cuidado comigo mesma aumentou mais ainda. Agora, ainda preciso estar atenta para poder orientar meus alunos em alguns casos", conta a graduanda.
Emily Cristiny de Melo Pessa, estudante de arquitetura e urbanismo, também não consome aspartame e diz se esforçar para ter uma boa alimentação. "Minha alimentação é a mais saudável de todas e não costumo pesquisar muito sobre o que consumo, mas tento comer o máximo do que é considerado bom para a saúde."
A graduanda em administração Mariana Freitas conta que, em pesquisas pela internet, descobriu que o aspartame está presente em uma série de alimentos e até mesmo produtos do cotidiano, como cremes dentais. Apesar disso, diz que, em geral, também não consome o adoçante.
"Não tomo refrigerante e raramente consumo doces, como balas e chicletes, então acho que o aspartame nem está presente na minha rotina de alimentação. Tenho costume de pesquisar se os alimentos são naturais e se fazem bem para a saúde e 98% das minhas refeições são saudáveis", revela.
OUTROS ALIMENTOS
A listagem de alimentos elaborada pela Iarc, que desenvolve pesquisas e recomendações ligadas ao câncer, indica compostos químicos, medicamentos e alimentos que podem estar relacionados a diversos tipos da doença.
De acordo com Ribeiro, os alimentos podem ser incluídos na lista após passarem por testes em animais. "Existem estudos nos quais os ratos são submetidos ao consumo exagerado de uma determinada substância em um curto período do tempo. Os pesquisadores, então, acompanham o estado de saúde do rato para poder determinar os prejuízos do alimento ou do produto em questão", explica.
A nutróloga evidencia, ainda, que essa não é a primeira vez que a OMS considera um alimento como cancerígeno ou possivelmente cancerígeno. "A carne vermelha, por exemplo, é considerada cancerígena quando consumida em excesso e, principalmente, na forma de churrasco, quando é submetida ao calor do carvão. Quando a carne fica tostada, há a produção de uma substância chamada acrilamida, que é conhecida por ser cancerígena", explica Ribeiro.
Apesar de oferecer os riscos citados, a carne vermelha deve integrar - de forma moderada - a rotina alimentar dos brasileiros. Nesse caso, a nutróloga recomenda consumir outras fontes de proteína, como carne branca, peixe e até mesmo vegetais como a soja.
Outros alimentos, como embutidos - salsichas, presuntos e similares -, bebidas alcoólicas e frituras, também apresentam risco para o desenvolvimento de tumores, segundo pesquisas da Iarc.
"No geral, a gente sempre diz: 'descasque mais e desembale menos'. Não se expor à alimentação ultraprocessada já é um grande passo para diminuir as chances de ter câncer. O ideal é ter uma alimentação o mais natural possível e manter o peso corporal adequado. Hoje sabemos que a obesidade é um fator de risco para o desenvolvimento de câncer, como o câncer de mama, de endométrio e de intestino", finaliza Ribeiro.