Pesquisa achou crianças que haviam sido alvo de estudo nos anos 30
Crianças que consomem muitos produtos derivados do leite têm expectativa de vida maior, afirma um estudo.
Pesquisadores traçaram, 65 anos depois, o paradeiro de 4.374 crianças analisadas em por estudo nos anos 30 na Grã-Bretanha. Eles descobriram que as crianças que tinham alto consumo de laticínios e cálcio na infância mostraram maior resistência a derrames e outras doenças letais.
O resultado obtido por pesquisadores na Grã-Bretanha e na Austrália foi publicado na revista científica Heart.
Leia mais:
Uso de creatina não é para todos e consumo em excesso pode ser prejudicial
Confira cinco mentiras sobre alimentação que sempre te contaram
Relatório aponta que 28% dos alimentos industrializados têm sódio em excesso
Conheça os nove nutrientes essenciais para evitar fome e cansaço pós-treino
Apesar de laticínios conterem gordura e colesterol, o alto consumo dos produtos não aumentou os riscos de doenças cardíacas. O levantamento analisou dietas familiares. As dietas ricas em cálcio e laticínios – sobretudo com alto consumo de leite – diminuiu pela metade a mortalidade.
O consumo de pelo menos 400 miligramas de cálcio – presente em menos de meio litro de leite – reduziu em 60% as chances de morte por derrame.
Os dados da pesquisa corroboram os níveis de consumo de laticínios sugeridos atualmente por especialistas. Para consumir a quantidade de cálcio sugerida diariamente, uma pessoa deve tomar um copo de 200 mililitros de leite, uma porção de iogurte e um pequeno pedaço de queijo.
Os cientistas acreditam que outros fatores podem ter influenciado os resultados da pesquisa. Por exemplo, as crianças que tinham consumo diário mais alto de cálcio vinham de famílias mais ricas, e tinham melhores hábitos alimentares. No entanto, eles sustentam que há indícios de que o alto consumo de cálcio é bom para a pressão sanguínea.
Equilíbrio
Alta pressão sanguínea contínua aumenta o risco de derrames. O consumo de laticínios pode influenciar o coração e a circulação através do hormônio IGF-1 (Indulin-like growth factor 1, em inglês), segundo os pesquisadores da Universidade de Bristol, da Grã-Bretanha, e do Queensland Institute of Medical Research, da Austrália.
Em adultos, atribui-se geralmente baixos riscos de doenças cardíacas ao alto nível de circulação do IGF-1.
A cientista Joanne Murphy, da Stroke Association, que não participou do pesquisa, avaliou o estudo como interessante, mas observou que são necessárias novas pesquisas para poder realmente dimensionar os benefícios do leite na redução de probabilidade de morte por derrame. "Enquanto isso, recomendamos que os pais escolham dietas ricas em frutas e vegetais e com pouca gordura saturada e sal para o bem-estar geral dos seus filhos", enfatizou.
Estudos anteriores tentaram mostrar ligações entre câncer e produtos laticínios. No entanto, não foi possível se chegar a resultados conclusivos. Algumas pesquisas mostraram que produtos derivados do leite levam a um aumento no risco de câncer, e outros mostraram o oposto.