Uma pesquisa recém-publicada pelo periódico científico Journal of Proteome Research demonstra que o chocolate amargo reduz os níveis dos hormônios do estresse (como o corticóide e a adrenalina) em indivíduos que se sentem muito estressados. Os voluntários do estudo consumiram 40g diários de chocolate com teor de cacau de 74% por duas semanas.
Segundo o neurologista Ricardo Teixeira, titular do blog "ConsCiência no Dia-a-Dia", isso ocorre porque o chocolate, especialmente o amargo, tem propriedades que fazem o cérebro apaixonar-se facilmente por ele. "O chocolate é um alimento com alto teor de carboidrato e gordura, com grande poder de estimular os centros cerebrais relacionados ao prazer e à sensação de nos sentirmos recompensados. Contém ainda farta concentração de substâncias chamadas de aminas biogênicas (como feniletilamina, cafeína e tiramina), que também têm alto poder de estimular nossos centros de recompensa e a liberação de neurotransmissores, como dopamina, serotonina e endorfina", explica.
Mas os efeitos vão muito além do prazer e da redução do estresse. Sabemos hoje que o consumo de chocolate amargo promove uma série de outros efeitos benéficos ao corpo pelo seu alto teor de flavonóides, as mesmas substâncias que fazem a boa fama dos chás, frutas e verduras. "Entre os inúmeros bons efeitos já comhecidos destacan-se o aumento dos níveis de óxido nítrico, considerado um dos principais combustíveis para a saúde dos nossos vasos sanguíneos; o aumento dos níveis do HDL - o colesterol bom - entre outras ações antioxidantes; aumento do fluxo sanguíneo periférico (nos membros) e nas artérias do coração; redução da pressão arterial e aumento da microcirculação sanguínea da pele", enumera o neurologista.
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Vale lembrar que não é fácil adaptar 50-100g de chocolate diários em nosso cardápio devido ao seu alto valor calórico. A boa notícia é que muitos estudos revelaram efeitos positivos do chocolate amargo mesmo em baixas doses, como um a dois quadradinhos por dia.