Tomar suplemento de vitamina D na juventude pode ser bom para o corpo a longo prazo, segundo resultados de um estudo conduzido pela Universidade de Zurique. Os pesquisadores confirmaram que quantidades suficientes de vitamina D tomadas sistematicamente são necessárias para manter a saúde geral do organismo.
Muitas pessoas acreditam que manter hábitos alimentares saudáveis seja o suficiente, mas apenas alguns alimentos contêm naturalmente níveis significativos de vitamina D. De acordo com Dr. Heike R. Bischoff-Ferrari, que coordenou a pesquisa, para manter os níveis adequados de vitamina D somente por meio da dieta, seria necessário o consumo diário de duas generosas porções de peixes gordos como o salmão e cavala. Como isso é inviável, e para a maioria das pessoas inacessível, o meio mais comum de se manter bons níveis da vitamina é a exposição ao sol. Mas, além disso, a pesquisa recomenda a suplementação a fim de utilizar todo o potencial da vitamina do sol para manter o funcionamento apropriado do corpo.
A crença de que a manutenção dos níveis de vitamina D pode ser feita pela alimentação tem um grau de fundamento, já que a vitamina D não é uma vitamina autônoma. Para executar muitas funções, a vitamina D funciona em cooperação com outras vitaminas e minerais, como o magnésio e o cácio, que podem ser encontrado em vegetais verdes folhosos, como couve e espinafre. Esta característica única de vitamina D tem contribuído para o gerenciamento de muitas doenças crônicas.
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A deficiência de vitamina D não apresenta quase nenhum sintoma, portanto uma das únicas formas de saber se você tem a quantidade adequada no organismo é fazendo um exame de sangue. No entanto, você pode ter deficiente de vitamina D se tiver alguma das doenças listadas abaixo. Caso se identifique com uma ou mais dessas situações, é melhor consultar seu médico.
Pessoas que usam bloqueador solar o tempo todo, que passam muito tempo em ambientes fechados ou de pele morena (a maior pigmentação funciona como um filtro solar natural) também têm risco de apresentar deficiência.
1. Gripe – Em um estudo publicado no Jornal de Cambridge, descobriu-se que a deficiência de vitamina D predispõe as crianças a doenças respiratórias. Um estudo de intervenção realizado mostrou que vitamina D reduz a incidência de infecções respiratórias em crianças.
2. Fraqueza muscular – De acordo com Michael F. Holick, um especialista em vitamina D, a fraqueza muscular geralmente é causada por deficiência de vitamina D porque para os músculos esqueléticos funcionarem adequadamente, seus receptores devem ser suportados pela vitamina D.
3. Psoríase - Em um estudo publicado pelo UK PubMed central, descobriu-se que os análogos sintéticos de vitamina D são úteis no tratamento da psoríase.
4. Doença renal crônica – De acordo com Holick, pacientes com doenças renais crônica avançadas (especialmente aqueles que requerem diálise) são incapazes de produzir a forma ativa da vitamina D. Esses indivíduos precisam tomar 1,25-dihidroxivitamina D3 ou um dos seus análogos para apoiar o metabolismo do cálcio, diminuir os riscos de doenças ósseas ou renais e regular os níveis de paratormônio.
5. Diabetes – Um estudo realizado na Finlândia com 10.366 crianças concluiu que a vitamina D é capaz de reduzir a incidência de diabetes. As crianças receberam 2.000 unidades internacionais (UI)/dia de vitamina D3 por dia, durante o primeiro ano de vida. Depois foram monitoradas por 31 anos e em todas elas, o risco de diabetes do tipo 1 foi reduzido em 80%.
6. Asma - Vitamina D pode reduzir a gravidade dos ataques de asma. Pesquisas realizadas no Japão revelaram que os ataques de asma em crianças em idade escolar foram significativamente reduzidos naqueles indivíduos que tomaram suplemento diário de vitamina D de 1.200 UI por dia.
7. Doença periodontal– Aqueles que sofrem desta doença crônica da gengiva, que provoca inchaço e sangramento, devem considerar aumentar seus níveis de vitamina D para a produção de defensinas e catelicidinas, compostos que contêm propriedades antimicrobiais e diminuem o número de bactérias na boca.
8. Doenças cardiovasculares – Insuficiência cardíaca congestiva está associada com deficiência de vitamina D. Pesquisa realizada na Universidade de Harvard entre enfermeiros encontrou que mulheres com níveis baixos de vitamina D (17 ng/m [42 nmol/L]) tiveram um aumento de 67% no risco de desenvolverem hipertensão.
9. Esquizofrenia e depressão – Estas doenças também têm sido associadas a deficiência de vitamina D. Em um estudo, descobriu-se que manter suficiente vitamina D entre mulheres grávidas e durante a infância era necessário para satisfazer o receptor de vitamina D em todo o cérebro para o seu desenvolvimento e manutenção da função mental na vida adulta.
10. Câncer – Pesquisadores da Georgetown University Medical Center , em Washington DC descobriram uma ligação entre a ingestão elevada de vitamina D e risco reduzido de câncer de mama. Esses resultados, apresentados na Associação Americana para Pesquisa do Câncer, revelaram que o aumento de doses de vitamina do sol estava associado a uma redução de 75% do surgimento geral de câncer, e de 50% do total de câncer em casos de tumores entre pessoas que já possuíram a doença.
Necessidades diárias
A falta de vitamina D, no entanto, não deve ser motivo para desespero, já que ela é pode ser facilmente recuperada e até ter seus níveis adequados mantidos - evitando diversas doenças crônicas - com a ajuda da suplementação.
As orientações oficiais atuais são de que adultos com até 50 anos de idade consumam 200 unidades internacionais (em inglês, International Units: IU) de vitamina D por dia. Na faixa etária de 51 a 70 anos precisam de 400 IU. Acima disso são recomendadas 600 UI. Mas, muitos especialistas acreditam que isso não chega nem perto do bastante. "As recomendações precisam ser revistas," diz Michael F. Holick, professor de medicina, fisiologia e biofísica na Universidade de Boston e autor do livro The Vitamin D Solution (em português, A solução da vitamina D). "Até lá, as pessoas precisam ser proativas com relação à ingestão de vitamina D e adotar hábitos que incentivem a sua produção."
Holick sugere exposição moderada ao sol: de 10 a 15 minutos nos horários mais quentes, entre o fim da manhã e o meio da tarde (quando os raios ultravioletas estão presentes em maior quantidade), três vezes por semana, nos braços e nas pernas, sem uso de protetor solar. Holick aconselha, porém, a proteger as mãos e o rosto com filtro, pois eles são mais suscetíveis aos danos causados pelo sol. Nesse período, é possível produzir de 1000 a 3000 IU de vitamina D, que ficará armazenada em seu organismo por mais tempo do que a vitamina conseguida por alimentos ou suplementos.
"Existe pouca evidência de que a exposição moderada ao sol aumente o risco de câncer de pele", afirmam Holick e outros especialistas. Ainda assim, a American Academy of Dermatology, que recentemente reconheceu que a proteção solar pode causar deficiência de vitamina D, não incentiva a exposição ao sol como maneira de aumentar os níveis do mineral e recomenda a obtenção de vitamina D por alimentos e suplementos. (Fonte: Vitamina D – Brasil) e Revista Runner's World Brasil