Com a grande variedade de alimentos industrializados, com propostas de ajudar a emagrecer, reduzir colesterol e não elevar a glicemia, fica difícil para as pessoas com diabetes identificar o melhor alimento para sua dieta, entender as informações contidas nos rótulos e poder usufruir de tantos avanços, sem comprometer seu controle metabólico.
A Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, através de suas Portarias N° 27 e N° 29 de 13/01/1998, definiu a classificação dos alimentos light e diet, tornando clara a diferença entre esses alimentos. De acordo com a legislação vigente, os produtos diet são aqueles que não possuem um ou mais nutrientes na sua composição, mas não apresentam necessariamente valor calórico reduzido. Já os alimentos light caracterizam-se por apresentar redução na quantidade de um dos seus componentes de no mínimo 25%, alcançando uma redução calórica de igual porcentagem.
Os produtos diet podem não conter açúcar (sacarose, mel, açúcar mascavo ou glicose), sendo os mais indicados para os pacientes diabéticos. Podem também não conter sal, sendo assim indicados para as pessoas com pressão alta. Podem também não conter gordura, sendo, aqui, indicados para os pacientes com níveis elevados de colesterol. Olhando por esse prisma, parece simples, mas um alimento diet sem açúcar pode ser muito calórico, como é o caso dos chocolates diets. Por isso são produtos que, apesar de não conterem açúcar e poderem ser consumidos por pessoas com diabetes não devem ser ingeridos em excesso, pois podem agravar o controle glicêmico, pelo simples aumento de peso do paciente.
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Para alcançar a meta de redução de 25% nas calorias, um alimento light pode não conter açúcar e por isso ser liberado para o consumo dos pacientes com diabetes, como é o caso dos refrigerantes light. Na linha de laticínios e biscoitos, a redução calórica de 25% tem sido atingida às custas de redução quase total nas gorduras, o que é muito benéfico e indicado para os pacientes com diabetes. Entretanto, é importante a observação do rótulo em relação às calorias, pois alguns alimentos permanecem muito calóricos, mesmo com a redução que os definem como light.
Logo, o que um paciente com diabetes deve ter sempre em mente na escolha dos seus alimentos é a opção por um cardápio com conteúdo calórico condizente com seu gasto, refeições bem definidas e alimentos variados e ricos em fibras. A opção por produtos industrializados pode ser prática e versátil e muitos alimentos diets e lights podem compor seu cardápio.
* Por Ellen Simone Paiva, endocrinologista, nutróloga e Diretora clínica do CITEN - Centro Integrado de Terapia Nutricional.