Recentemente um jornalista me questionou sobre o possível uso da soja na reposição hormonal e acho interessante compartilhar o tema com vocês. O tratamento convencional para a menopausa, com medicamentos da farmácia, tem se revelado prejudicial a algumas pessoas. Há relatos de efeitos colaterais, entre eles náuseas, surgimento de caroços pelo corpo, sobrecarga do fígado, aumento do peso, tromboses e até cânceres. A gente sabe que, assim como todos os outros tratamentos, quanto mais natural for, melhor. Por isso, a soja e seus derivados são possibilidades na reposição hormonal por conterem isoflavona, que alivia os sintomas da menopausa, além de outros benefícios para a saúde, como a prevenção do câncer, osteoporose e doenças cardiovasculares.
Além da soja, várias ervas e alimentos contém fórmulas semelhantes ao estrogêneo humano, que é o hormônio reposto na terapia. Alguns exemplos são o ginseng, erva-de-são-joão, urtiga, valeriana, cravo-da-índia, vegetais da família do repolho (que incentivam a produção do hormônio), a vitamina E (que neutraliza os calores, tonturas, palpitações e fadigas), encontrada em grãos e castanhas, principalmente. Além desses, outras possibilidades são a salsinha, gergelim, ameixas, anis, aipo, linhaça, abacaxi, brócolis, alho, milho, abóbora, maçã, banana, vagem, beterraba, cereja e mamão, por exemplo. E sempre é interessante apostar em um tratamento mais natural.
Para quem está fazendo reposição hormonal, o ideal é consumir leite de soja e tofu, que é aquela espécie de "queijo" japonês. Nos mercados, encontramos uma gama muito grande de produtos derivados da soja, mas é preciso prestar atenção: nem todos são saudáveis, muito menos ajudam na terapia hormonal. É o caso da carne de soja e do óleo de soja, que não apenas não funciona nesse caso como também ajuda a aumentar os níveis de colesterol. Já o molho de soja, o famoso shoyo, também não contém isoflavonas, mas pode ser usado (com moderação por causa da elevada quantidade de sal).
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No entanto, é complicado falar sobre a eficácia de um tratamento generalizando, sem conhecer o caso específico em questão. Por isso, é sempre importante ressaltar que cada médico deve analisar o quadro do seu paciente. Mas com certeza a soja é uma possibilidade ou, pelo menos, um apoio ao tratamento proposto.
* Por Maximo Asinelli, nutrólogo com 18 anos de trabalho. Está ligado a diversas entidades da área como a Associação Brasileira de Nutrologia, Sociedade Latino Americana de Alimentação e Nutrição e Rede Latino Americana de Nutrigenômica entre outras. Em 2005, lançou o livro "O mundo mudou. A comida também". O especialista desenvolve pesquisas na área de nutrogenômica e nutrogenética, que podem trazer inúmeros benefícios ao tratamento de seus pacientes.
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