Rua João Cândido, próximo ao Terminal Urbano, manhã de quinta-feira. Em vez de buzina, apenas o barulho de pessoas conversando. Em vez de aperto, espaço.

"Culpa" do Dia Mundial sem carro. Para muitos, uma ideia absurda. Basta ver os comentários dos leitores noFórum do Bonde para constatar isso.

Tem gente que fala em "bobagem", em desrespeito ao direito de ir e vir, e por aí vai.

Em que pese a tentativa política de aproveitar o evento para mais um tipo de promoção pessoal, a iniciativa é válida, principalmente pelo fato de ter gerado uma reflexão.

Londrina tem quase 300 mil veículos, e a cada dia fica mais claro que não há mais espaço para tanto. Temos projetos, que pela complexidade e custos elevados acabam ficando para um prazo longo.

O primeiro passo, que felizmente não depende do poder público, é a consciência de cada um no trânsito. Ninguém vai morrer se precisar pegar um ônibus dia sim, dia não. Ninguém vai perder uma perna se passar a adotar a bicicleta para trechos mais curtos. Ninguém vai ter um ataque cardíaco por andar a pé.

Por outro lado, enquanto todo mundo estiver fechado no carro e no conforto do seu ar condicionado reclamando do trânsito, esta situação não muda tão cedo.

Diante de um tema tão polêmico, vale dizer que esta é a minha opinião, longe de ser uma verdade absoluta.

Marco Feltrin, editor do portal Bonde.