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O Castelo de Vidro - Jeannete Walls ****

26 jun 2010 às 11:41

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Esse é um dos meus livros preferidos!


Na capa da obra existe a seguinte frase: Memórias de uma família que aprendeu a criar finais felizes. A verdade é muito mais profunda do que resumem essas palavras, mas a frase dá uma boa noção do que o livro conta. O Castelo de Vidro é uma não-ficção, e narra a história da jornalista Jeannete Walls e sua família.

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A obra é encantadora. Longe, porém, de contar a história de uma família perfeita. Os pais de Jeannete (Rex e Rose Mary Walls) eram nada convencionais. "Rex era um escritor fracassado, um homem brilhante e carismático. Sabia que sua família era especial e por isso sonhava em construir uma grande casa no deserto, o Castelo de Vidro. Compreendia perfeitamente a imaginação dos filhos. Ensinava-lhes física, geologia e, acima de tudo, como enfrentar a vida intrepidamente. Mas, quando estava bêbado, Rex era desonesto e violento. Rose Mary, pintora e escritora, era uma mulher alheia às necessidades dos filhos e pensava mais na arte do que na comida e no bem-estar da família". (Trecho retirado da orelha do livro)

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Bom, retirei esse pedaço pronto porque, na minha opinião, os pais de Jeannete eram completamente malucos! Então foi uma maneira de passar a vocês uma ideia mais geral dos fatos.

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O que mais me impressionou nessa história foi a maneira que a autora escreveu suas memórias. Num primeiro momento você pode achar que é um livro triste, e eu te afirmo que depois de começar a ler você percebe que ela, na verdade, conta tudo com muito humor. É claro que é uma história que te cansa, porque você pensa em vários momentos: MEU DEUS! Como podem as pessoas viverem assim, no mundo da lua?! Essa, pelo menos, foi a minha impressão sobre os pais dos garotos. Num momento especialmente irritante, as crianças (Jeannete tem mais três irmãos) estão tiritando de frio e a mãe fala: "Não temos aquecimento, mas temos um ao outro". (Nesse momento você não consegue ver, mas eu não consigo deixar de revirar os olhos para cima em sinal de reprovação e exaspero!) Resumindo: ela é quase uma Polyanna adulta, para irritação dos leitores.


A história é quase um conto de fadas moderno. É incrível, emocionante, irritante e exaustiva, como só uma boa história consegue ser. Jeannete virou um exemplo para mim e é por isso que eu amo tanto esse livro. A menina era pequena e aprendeu a se virar e cuidar dos irmãos. Hoje, ela não só é uma jornalista mundialmente famosa, mas conhecida por sua alegria e vontade de vencer.


Vocês podem pensar: porque a história recebeu nota 4 e não 5, se é tão boa? É que é uma excelente história, mas é uma história fácil de entender. Deixarei as notas mais altas para aqueles enredos fascinantes, complexos e densos, que só um escritor exímio poderia criar. Isso não muda, porém, minha preferência sobre a obra!

O Castelo de Vidro ficou dois anos na lista dos mais vendidos do New York Times e ganhou vários prêmios. Entre eles o Elle Readers de 2005 e o Alex 2006 da American Library Association. Jeannete Walls atualmente mora na Virginia com seu marido, e também escritor, John Taylor.


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