O maquiador Diego Ramos Quirino, que matou a própria mãe e mais três mulheres, entre elas Vilma Santos de Oliveira, a Yalorixá Yá Mukumby, em agosto do ano passado, no Jardim Bancários, zona oeste de Londrina, vai passar por um exame de sanidade mental e dependência toxicológica no dia 1º de setembro no Instituto Médico Legal (IML). O laudo dos peritos vai apontar o estado psicológico dele no momento da chacina.
O teste foi requisitado pelo Ministério Público (MP) e, dependendo do resultado, pode indicar que o julgamento do acusado seja por júri popular. A acusação aponta que Quirino agiu impulsionado por intolerância religiosa, já a defesa entende que o maquiador sofreu um surto psicótico no momento do crime. Quirino está preso na unidade 2 da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL) desde o dia da chacina, 3 de agosto de 2013.
Ontem, Diego Quirino foi interrogado pela juíza da 1ª Vara Criminal de Londrina, Elisabeth Khater. Uma última testemunha da defesa, um agente penitenciário da PEL 2, também foi ouvido. Ao todo, 18 testemunhas foram arroladas no processo. Após a realização do exame de sanidade e as alegações da defesa e da acusação, a data do julgamento será marcada. O acusado vai responder por quatro homicídios qualificados e um homicídio qualificado tentado contra a própria esposa.
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De acordo com o promotor Ronaldo Costa Braga, o resultado do laudo é fundamental para a continuidade do processo. "O acusado se lembra de todos os detalhes do crime e em muitos momentos se mostra bastante frio. Ele não tem nenhum lapso de memória e confirmou que foi incentivado por uma voz divina, que ele imaginou ser de Deus. Após ser preso, teria compreendido que a voz não seria de Deus", relatou Braga.
Para o advogado Hédio Silva Júnior não há dúvidas que a motivação do crime foi intolerância religiosa. "O sujeito mata a própria mãe, mata a vizinha porque ela é do candomblé, uma senhora de quase 90 anos, uma criança de 10 anos e tudo isso, segundo ele, porque ele teria sido escolhido para eliminar os espíritos malignos. Uma coisa absurda, mas que também revela o quanto a questão da intolerância religiosa é algo grave, que pode levar alguém a cometer um absurdo desses. Com a memória que ele tem não tenho nenhuma dúvida que o laudo vai comprovar que ele tinha plena consciência do que fez e que era algo ilícito", ressaltou o assistente da acusação.
Para o advogado de defesa, Fabrício Almeida Carraro, o laudo do IML será crucial para definir o que vai acontecer com o acusado e quais os motivos que o levaram a praticar os crimes. O defensor rechaça a hipótese de intolerância religiosa, já que, segundo ele, no próprio processo não há provas que comprovem essa hipótese. "Queremos saber o que aconteceu, a verdade. Com certeza, se ficar comprovado, cientificamente, através do laudo, que ele tenha algum tipo de distúrbio, problema de ordem psicológica, psiquiátrica o caminho tomado é de um tratamento. A primeira vez que conversamos com ele, ele chorou muito. Se deu conta do que havia acontecido, não só pela mãe como das outras vítimas, contra quem ele não tinha absolutamente nada", frisou Carraro.