O episódio vai entrar para o folclore do rock londrinense. Na madrugada do último domingo, três integrantes da banda Dark Flamer e mais um amigo foram presos em flagrante ao tentar tungar peças sacras do cemitério Jardim da Saudade, na zona norte da cidade.
O material do furto, segundo explicaram depois à polícia, destinava-se a compor o cenário dos shows da banda. Entre os objetos, haviam cruzes e imagens de anjos. A repercusão foi imediata. A mídia mundo-cão armou um circo de horrores tratando-os como necrófilos satanistas.
O motivo foi uma simbologia demoníaca encontrada num cartão de apresentação da banda no bolso de um dos rapazes. Outros músicos locais sentiram-se prejudicados com o incidente, já que as versões passaram a generalizar as supostas simpatias pelo diabo.
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Emerson Francisco Pinto (baixista, 22 anos), Vitor Hugo Rodrigues (baterista, 21) e Rodrigo Orlando de Oliveira (letrista, 20) são réus primários. Estão detidos em celas separadas no 5º Distrito Policial e aguardam o pedido de liberdade provisória impetrado por advogados. Além deles, a banda conta com outros três componentes. O menor S.F, 14 anos, que os acompanhava, foi encaminhado ao Ciaadi (Centro Integrado de Apoio ao Adolescente Infrator) e solto no mesmo dia.
Admitindo que erraram, eles pretendem continuar com a banda. Planejam inclusive gravar a primeira demo-tape ainda nesta temporada. Têm 10 composições para serem finalizadas - cinco delas já estão com os arranjos instrumentais praticamente prontos.
A banda, aliás, já havia recebido um convite para participar de um grande festival de black metal em Goiânia e Brasília. Paradoxalmente, a prisão talvez os transforme na principal atração do evento.
* Leia mais em reportagem de Nelson Sato na Folha de Londrina/Folha do Paraná desta quinta-feira