O presidente da Câmara Municipal de Londrina, José Roque Neto (PTB), repudiou as críticas de ex-vereadores em relação à atual Legislatura e atribuiu as declarações à derrota eleitoral que sofreram em outubro de 2008. Na semana passada, ex-vereadores disseram ao Bonde que o desempenho do Legislativo está abaixo do esperado e reprovaram por completo o trabalho desenvolvido pela Comissão Especial de Inquérito (CEI) que analisou a planilha do transporte coletivo.
"Acho que é um desabafo deles, resultado da derrota eleitoral, já que mais da metade dos vereadores da legislatura passada foi acusada de falcatruas", disse Roque Neto. "Nós estamos aqui há apenas seis meses, muitos pela primeira vez, tentando fazer o que eles não fizeram em vários anos e mandatos".
O padre ainda acrescentou que os atuais vereadores tentam "passar o Legislativo londrinense a limpo", em razão das denúncias ainda hoje apuradas de que havia um esquema entre os vereadores para extorquir empresários que desejassem ver aprovados projetos de lei de seu interesse. Essas denúncias levaram dois ex-vereadores à prisão – Henrique Barros, que renunciou, e Orlando Bonilha, cassado pelos pares – e vários deles foram afastados dos cargos.
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O presidente da Câmara acrescentou que as críticas mais ácidas em relação aos trabalhos da CEI se deve ao fato de que antes o transporte coletivo nunca tinha sido investigado em Londrina. "E havia a denúncia de um "mensalinho" na Câmara", afirmou, referindo-se à investigação de um suposto pagamento mensal no valor de R$ 1,6 mil para doze vereadores pela Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL), que seria feito desde 1997.
Joel Garcia (PDT), que presidiu a CEI, não deixou por menos, ao responder as críticas de Jamil Janene (PMDB), Gláudio de Lima (PT) e Sidney de Souza (PTB). "São pessoas envolvidas em denúncias e, portanto, pouco confiáveis para criticar quem quer que seja", alfinetou. "O povo já avaliou o comportamento deles nas urnas e já lhes deu as respostas".
Outro membro da CEI, Tito Valle (PMDB), disse que as críticas acerca do relatório da comissão são infundadas, uma vez que o trabalho serviu para dar mais transparência à planilha. "O custo do transporte coletivo é um problema que existe em quase todas as cidades e raramente o usuário consegue saber o que realmente está pagando", defendeu. "Quanto às outras críticas acho que são reflexo de terem participado de uma eleição acirrada, de terem investido muito e de não terem sido eleitos".