Um empresário morreu e vários comerciantes foram assaltados – inclusive ameaçados com armas de fogo – na Vila Casoni, na região central de Londrina, mas ainda assim, não há policiamento suficiente no bairro. Empresários não param de contabilizar prejuízos com os roubos e temem pelas próprias vidas e de suas clientes.
O dono de uma loja de instrumentos musicais procurou o Bonde para relatar o problema. Disse que o último assalto sofrido foi na manhã de sábado (24). "Eram três rapazes que pareciam adolescentes; o mais novo, de aproximadamente 14 anos, estava armado", contou Edvaldo Domingues. O prejuízo ficou perto dos R$ 3 mil, uma vez que os ladrões levaram várias roupas, também vendidas na loja. Somente neste ano, sua comércio já foi assaltado quatro vezes.
O comerciante disse que os mesmos rapazes que assaltaram sua loja estavam "rondando" as proximidades desde sexta-feira (23). "Ligamos para a polícia, mas não adiantou nada. Ninguém veio", reclamou Domingues.
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Já no dia do assalto, após a ligação para o 190 para comunicar o crime, a viatura policial demorou muitos minutos para chegar e os ladrões fugiram. "Os PMs disseram que vieram do Parque Ouro Branco (na zona sul), o que eu não entendo, já que quatro quarteirões para baixo tem um módulo da Vila Portuguesa", comentou.
O comerciante lembrou que após a morte de um empresário e de um grande protesto dos comerciantes da região, viaturas começaram a passar mais frequentemente pelo local. "Mas não durou nem um mês e os assaltantes voltaram a nos atormentar", afirmou Domingues.
Ele estava se referindo à morte de Otacílio Pires Tomaz, 76 anos, dono do Auto Ferro Velho Acrometal, distante apenas duas quadras de sua loja. O empresário tentou fugir durante roubo ao seu estabelecimento e acabou morto a tiros dentro de seu carro.
Dois minimercados na Vila Casoni também estão sofrendo com os roubos. José Gomieiro disse que ajuda o filho com o comércio e, ultimamente, tentando evitar assaltos fica do lado de fora da loja, observando a passagem de pessoas suspeitas para avisar a polícia.
"Fomos assaltados quatro vezes em três meses. Na última ocasião, três semanas atrás, um cliente teve a arma apontada para sua cabeça e por pouco o ladrão não atirou", relatou José. "A polícia demora para chegar e quando chega fica fazendo perguntas e não pega os bandidos", criticou.
José disse que tem vestido a camiseta de "luto", relativa à morte do empresário Otacílio, para ver se as autoridades percebem que o bairro precisa de mais segurança.
Outra comerciante irritada com a violência é Raquel Ferreira de Souza, que também já foi assaltada "quatro ou cinco vezes". "Já perdi as contas", ironizou. "Estou pensando seriamente em fechar a loja e abandonar tudo, porque a gente não consegue mais trabalhar em paz", desabafou. Ela também reclamou da ausência de viaturas pelo bairro e da demora no atendimento quando ocorreu um assalto.
O setor de Comunicação do 5º Batalhão da Polícia Militar de Londrina foi procurado na manhã desta segunda-feira (26), mas até agora não houve retorno à solicitação de entrevista.