Servidores estaduais se reúnem nesta quinta-feira (30), no centro de Londrina, para protestar contra o confronto brutal presenciado ontem em frente à Assembleia Legislativa do Paraná, em Curitiba. Docentes, estudantes e trabalhadores de outras categorias prometem estar presentes às 9h, no Calçadão de Londrina, em frente ao Banco do Brasil.
Os manifestantes vestirão preto em sinal de luto pelos centenas de feridos. A App Sindicato contabiliza mais de 400 vítimas, dentre as quais três continuam internadas e algumas são crianças. A Prefeitura de Curitiba, por sua vez, fala em 213 feridos. Pelo menos 14 pessoas foram detidas e impedidas de entrar em contato com advogados e diretores da entidade.
O presidente da App-Sindicato em Londrina, Antonio Marcos Gonçalves, explica que o protesto tem intuito de mostrar a tristeza e descontentamento da população frente à batalha campal sofrida pelos paranaenses. "A ação descabida da Polícia Militar, mediante ordens do chefe de Segurança, presidente da Assembleia Legislativa e Governador, causou vergonha não só para o Paraná, mas para o Brasil e o mundo", desabafou.
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Gonçalves ainda enfatizou que os servidores queriam apenas acompanhar a sessão de votação quando foram reprimidos com cassetetes, balas de borrachas, jatos d'água, spray de pimenta, entre outros aparatos de contenção. "Eu levei dois tiros de balas de borracha. Nunca imaginei que veria algo parecido na minha vida. Mesmo depois de recuarmos, os policiais continuaram atirando por cerca de duas horas, inclusive, de cima dos prédios. A gente só vê isso em filme de guerra", comparou.
A entidade também cancelou ônibus que sairiam de Londrina com destino à capital na noite de ontem. "Como a votação aconteceu e o projeto já foi aprovado, não fazia mais sentido mandarmos mais servidores para lá". Cerca de 300 servidores de Londrina que participaram do ato já voltaram para casa.
Na manhã de hoje, o Comando Estadual de Greve se reunirá a partir das 9h, na sede da APP em Curitiba, para definir os próximos passos da categoria. "Eles vão avaliar o cenário e decidir de convocam nova assembleia. Só a partir daí será definido se a greve continua ou não", finalizou.
Outras pautas
Os participantes da vigília também criticaram outros temas como a redução da maioridade penal e o projeto de lei 4330, que aprova a terceirização de todas as atividades. O grupo defendeu, ainda, a reforma política no Brasil.
(Atualizada às 11h11).