Desativada desde 2013, a Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila Fraternidade, região leste de Londrina, ainda não possui uma data para retomar o atendimento. Em 2014 o prédio foi demolido, colocando fim a uma história que teve início na década de 1970. Após quase cinco anos, o município ainda não possui todo o recurso para iniciar a obra.
Enquanto isso, debaixo do forte sol, moradores do bairro são obrigados a caminhar por cerca de 1,5 km até a unidade da Vila Ricardo, localizada na Rua Rosa Branca, 246.
Cerca de 150 pacientes eram atendidos diariamente na unidade.
A promessa era de que o imóvel seria reconstruído um ano mais tarde, porém até hoje não foi edificado. Pelo contrário, o lugar passou a ser motivo de preocupação para a comunidade. Como ainda permaneceu em pé durante meses, o prédio virou um mocó. Em 2014 começou a ser demolido, mas até os entulhos serem removidos o terreno foi usado como lixão.
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Em abril de 2016 a prefeitura chegou a publicar o edital de licitação para a construção da UBS da Vila Fraternidade. Na época, a obra teria sido orçada em R$ 1.426.203,90. Porém no dia em que os envelopes com as propostas seriam entregues, a presidência da Comissão Permanente de Licitações publicou um comunicado suspendendo o processo.
Quadra
Ao lado da UBS fica a quadra de esportes do bairro. No passado, o espaço era usado para celebrações, atividades recreativas e torneios de futsal. No entanto, o espaço está totalmente abandonado. Alambrado despedaçado, piso esburacado, ausência de equipamentos. Sobra muito lixo. Os refletores, segundo a vizinhança, não acendem mais. Para piorar, existe um profundo buraco ao lado da quadra, pronto para ferir alguém.
A dona de casa Paula Samanta Medeiros diz que as crianças ainda tentam aproveitar o que sobrou da quadra. "Um menino ou outro aparece para andar de skate ou jogar bola", comenta ela, que vive em frente ao espaço. Durante a noite, na escuridão, a quadra é utilizada por outras pessoas. "Moradores de rua, usuários de drogas. Falta coragem para passar por ali", conta a dona de casa Natália Félix. A poucos metros da quadra está a Paróquia Nossa Senhora Perpétuo Socorro. Segundo os vizinhos, os religiosos também sentem receio a caminho da igreja.
Comunidade deve formalizar pedido
A reportagem do NossoDia encaminhou a situação para a Fundação de Esportes de Londrina (FEL). Em 2017, a Fundação iniciou o processo de revitalização das quadras esportivas. A última ocorreu na Vila Nova, região central. De acordo com o presidente da FEL, Fernando Madureira, a federação não dispõe de recursos para recuperar todas as quadras esportivas. Ele ressalta que não há informações sobre a reforma do espaço esportivo da Vila Fraternidade. A recomendação é que um representante da comunidade registre um ofício na sede da FEL, localizada na Rua Gomes Carneiro, 315, ginásio Moringão, e formalize o pedido.
Falta verba
O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, admite que o município não possui verba suficiente para iniciar a construção da nova UBS. "Desde que assumimos a secretaria no início do ano, estamos em busca de recursos para a reconstrução do prédio. O governo do estado liberou R$ 650 mil para a obra. Não é o bastante, então continuamos indo para Brasília e Curitiba com a intenção de angariar recursos", informa.
"Nosso orçamento municipal de 2017 não permite tamanho investimento. O projeto da construção já foi finalizado, o processo de licitação foi concluído. Inclusive temos a construtora vencedora. Só dependemos mesmo do restante do dinheiro", acrescenta o secretário de Saúde de Londrina.