Os trabalhos desenvolvidos pela única delegacia especializada no País em investigar casos de crianças desaparecidas serão mostrados na Câmara Municipal de Londrina durante reunião pública nesta quarta-feira (24), às 16 horas, pela delegada chefe do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), Iara Laurek Dechiche.
O debate será coordenado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente e deverá contar com a presença de representantes de Centros de Educação Infantil, escolas municipais, conselhos tutelares, Secretaria de Assistência Social, Guarda Mirim e polícias Civil e Militar, entre outras instituições.
A delegada do Sicride estará acompanhada de integrantes de sua equipe de trabalho, como investigadores e um artista forense, responsável pelo laboratório voltado à identificação do suspeito por meio de técnicas baseadas na antropologia forense. Na quinta-feira (25), Dia Internacional da Criança Desaparecida, Iara Dechiche também participará da sessão ordinária do Legislativo, às 14h30, para falar sobre o tema.
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A partir da visita da equipe a Londrina, o Sicride pretende incluir o município e região no Projeto "Criança em Alerta", que tem o objetivo de reduzir os casos de desaparecimento e rapto de crianças até 11 anos, faixa etária atendida pelo serviço. "Começamos a desenvolver este trabalho de conscientização e prevenção nas escolas da Região Metropolitana de Curitiba, inclusive com o uso de uma cartilha que alerta para os riscos de contato com estranhos. Este ano começamos a expandir o projeto para outras regiões do Estado, por isso ficamos muito felizes com o convite para participarmos desta reunião pública em Londrina", ressalta a delegada Iara Dechiche.
De acordo com a policial, atualmente há 26 casos de crianças desaparecidas não solucionados no Paraná, alguns deles registrados nas décadas de 1980 e 1990. Estes casos motivaram a criação do Sicride, com o objetivo de condensar as investigações. "Na época encontrava-se em atuação aqui no Sul, principalmente no Paraná e Santa Catarina, a quadrilha de Arlete Hilu (líder de grupo criminoso que entregava recém-nascidos a uma rede internacional de tráfico de bebês). Hoje somos a única delegacia exclusiva para este tipo de investigação. Nas demais regiões do Brasil os casos são atendidos nas Delegacias de Proteção à Pessoa (DPPs)", esclarece a delegada.
Ocorrências diárias
Os números revelados pela chefe do Sicride são preocupantes. "Todo dia desaparece uma criança no Paraná. Os casos, na grande maioria, se resolvem rapidamente, mas requerem investigação. Participamos de praticamente todas elas, monitorando e dando o auxílio necessário", explica a policial. Em 2016 foram registrados dois desaparecimentos ainda não solucionados, um deles na região de Cascavel e outro na região de Ivaiporã.
Para o vereador Junior Santos Rosa (PSD), que preside a Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, a reunião pública será uma importante oportunidade de trazer mais informações para a comunidade e mostrar como trabalha o Sicride. "Como integrantes de uma comissão que atua junto às crianças e aos adolescentes temos a obrigação de conhecer serviços como este, prestado pelo Sicride, saber como os trabalhos são realizados, quais são suas demandas e permitir que a comunidade também os conheça", afirma o parlamentar. O debate deve contar ainda com a participação dos vereadores Amauri Cardoso (PSDB) e Pastor Gerson Araújo (PSDB), respectivamente vice-presidente e membro da comissão.