A quinta-feira foi de relativa tranquilidade no assentamento São Jorge (zona norte de Londrina). Os moradores tentaram esquecer o que viram e passaram quarta-feira, quando tiros foram disparados contra moradores e três casas foram incendiadas.
No bairro, assim como nas demais regiões da cidade, as pessoas evitam comentar sobre violência. Nas ruas, os moradores circulavam livremente, as crianças brincavam tranquilas e o pequeno comércio abriu suas portas normalmente.
A única alteração aconteceu na escola. Muitos pais preferiram manter os filhos em casa.
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Já os moradores das casas incendiadas saíram às pressas do bairro, assustados com as ameaças sofridas.
O incêndio teria sido uma retaliação de uma quadrilha do bairro, porque membros destas famílias teriam feito denúncias à polícia.
A delegada do 5º Distrito Policial, Thaiz Fernanda Corona, acompanhou a perícia técnica nas casas e também não encontrou ninguém.
Ela e equipes de investigadores continuam procurando os dois suspeitos pelos atos: Leandro Borges de Oliveira, 27 anos, conhecido por ''Fio'' ou ''Simom'', foragido desde outubro de 2001 da Colônia Penal Agrícola, em Curitiba; e um homem conhecido como ''Ailton Carroceiro''. ''Temos informações de que eles continuam no bairro, mas estariam mudando de casa constantemente.''
Enquanto a polícia circulava pelas ruas, na Escola Municipal Atanázio Leonel, o clima era de descontração. Durante esta semana, os pais foram convidados a participar de atividades e oficinas com os filhos.
''Precisamos dos pais juntos, porque a escola não funciona sem a ajuda deles'', apontou a diretora Maria Inês Lozano. Ela lamentou apenas que alguns alunos tiveram que deixar a escola para acompanhar suas famílias, que fugiram do bairro.
Excluindo a violência, o assunto principal entre as 748 famílias do São Jorge atualmente é o asfalto. Funcionários da prefeitura estão demarcando as ruas e a obra deve ser iniciada nos próximos dias.
''É uma melhoria para as famílias e para a empresa de ônibus, e o bairro está muito feliz com o asfaltamento, que sempre foi uma briga dos moradores'', destacou a vice-presidente da associação de bairro, Dirciléia Leonel.