Uma festa do curso de psicologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), realizada na república Santo Mé, no jardim Quebec, terminou em confusão na noite de sexta-feira (20). Segundo a Polícia Militar, vizinhos da república acionaram a PM reclamando do barulho excessivo. Várias viaturas foram até o local e três pessoas foram detidas.
Os jovens que estavam na festa alegam que a polícia agiu com abuso. Uma estudante de jornalismo, que estava na festa, afirma ter sido agredida pelos policiais. "Eles tentaram tirar o celular de uma amiga minha que estava filmando a ação e a agrediram. Neste momento eu fui para perto deles e levei um tapa na cara e um empurrão". Ela disse ainda que os policiais a encostaram em uma grade com violência e a obrigaram a apagar as imagens que havia feito pelo celular. "Eles disseram que se eu não apagasse seria presa".
Outra universitária contou que os PMs chegaram ao local de forma agressiva. "Eles chegaram e não perguntaram pelos organizadores, já foram entrando, chamando todo mundo de vagabundo e pedindo para sair da casa".
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Segundo ela, além da primeira estudante, outros jovens foram agredidos "Uma menina levou um chute no queixo e outro rapaz acabou levando um soco. Além disso, um dos policiais chegou a atirar dentro da república".
Em entrevista ao Bonde, o capitão Mario Celso Andrade, da Polícia Militar, confirmou que um disparo de arma não letal foi feito no local. Porém, ele alega que a medida tinha como objetivo defender o policial, que estaria sendo ameaçado de agressão.
"Recebemos vários telefonemas de pessoas reclamando do barulho e mandamos uma viatura pra lá. Quando os jovens viram essa viatura começaram a desacatar o policial que pediu reforço". Depois disso, segundo o capitão, várias viatura foram deslocadas e os policiais entraram na festa. "Os jovens tentaram partir para cima dos policiais e um disparo foi feito. Um outro policial levou um tapa na cara. Três pessoas foram levadas para a delegacia por desacato e desobediência". Os jovens detidos, foram liberados em seguida.
De acordo com a PM, cerca de 400 pessoas estavam na festa quando a confusão aconteceu. A polícia afirma que uma pequena quantidade de droga e um pé de maconha foram encontrados na república.
Segundo uma das organizadoras do evento, a organização ainda não contabilizou quantas pessoas tinham no local. Ela disse que nenhum dos organizadores mora na república e que o local foi escolhido justamente por já ter realizado outras festas. O objetivo do evento era arrecadar fundos para a formatura da turma de psicologia.
A estudante de jornalismo foi até o Pronto Atendimento Municipal (PAM) devido as escoriações. "Tenho um documento relatando os ferimentos que eu tinha quando cheguei ao hospital e pretendo tomar as providências legais contra os policiais que me agrediram".
O capitão da PM afirmou que os policiais agiram de acordo com a urgência da situação e que desconhece os abusos. Segundo ele, quem se sentir lesado com a ação dos policiais pode procurar o Batalhão da Polícia Militar em Londrina para que uma investigação seja instaurada.
*Durante a tarde as autoras da denúncia entraram em contato com o Portal Bonde e solicitaram que seus nomes fossem retirados da reportagem.
(Atualizado às 18h)