O prefeito Alexandre Kireeff (PSD) disse em entrevista coletiva nesta quinta-feira (17) que não vai usar o transporte coletivo para fazer "politicagem". Sobre o possível aumento no preço da passagem de ônibus, ele destacou que vai tratar o assunto com a cautela necessária, mas já admitiu que pode reajustar o valor.
"Tudo depende da planilha de custos do serviço, que está sendo analisada pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização", lembrou. A análise deve ser finalizada e entregue ao chefe do Executivo nesta sexta-feira (18).
Mais do que aumentar o valor da passagem, Kireeff quer cobrar melhorias das empresas. "O serviço é ruim" resumiu. "Nós precisamos modificar e aprimorar o sistema do transporte coletivo urgentemente. O nosso modelo está defasado, vem seguindo uma prática há mais de 20 anos. Nós precisamos de aprimoramentos e de melhorias para os usuários. Isso é claro e notório e nós vamos enfrentar esse desafio."
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Há uma série de problemas que, na avaliação dele, precisam ser resolvidos o quanto antes. Os usuários reclamam de ônibus antigos, déficit de funcionário e estrutura física precária. O asfalto também não ajuda. "É preciso que as empresas trabalhem em parceria com o município. Só assim o usuário vai sair ganhando", afirmou. "Nós precisamos diminuir o tempo de percurso e ganhar eficiência, para quando formos calcular o preço da tarifa, ele seja o mais justo e baixo possível. A tarifa não pode ter incorporada nela a ineficiência operacional do sistema", completou.
Defasagem
As empresas do transporte coletivo alegam que estão sem reajuste tarifário desde fevereiro de 2011. O que mais pesa, na avaliação das firmas, são os reajustes oferecidos aos motoristas e cobradores. Os vencimentos sofreram reposição de 7% em junho de 2011, 3,5% em janeiro de 2012 e mais 3,5% em junho de 2012.
"É importante salientar que esses reajustes foram concedidos após decretada a tarifa de fevereiro de 2011. Portanto, até hoje, as empresas ainda não tiveram seus custos de salários contemplados na tarifa, bem como todas as outras variações de custos de insumos. Além disso, as empresas ainda estão em negociação com o sindicato dos empregados para o novo reajuste salarial", destacou o diretor do Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo de Londrina (Metrolon), Gildalmo Medonça, em entrevista ao Bonde por e-mail.
Mendonça lembrou que o reajuste começou a ser pleiteado pelas empresas há nove meses. "Atualmente, as negociações voltaram a ser estabelecidas com o novo presidente da CMTU", disse. Ele também alegou que, mesmo sem o reajuste tarifário, as empresas vêm investindo em melhorias para o sistema. "Prova disso são as pesquisas feitas que sempre apontam o transporte como um dos melhores serviços públicos de Londrina. Além disso, há ainda a compra de novos ônibus, investimentos ambientais, investimentos em tecnologia, entre outros", listou. "Existem melhorias que dependem também de iniciativa do poder público, responsável pelo gerenciamento do Transporte Coletivo, e que podem ser iniciadas ou desenvolvidas a qualquer momento. Elas já estão sendo discutidas com o novo presidente da CMTU", completou Mendonça.
O Sistema de Transporte Público de Londrina conta hoje com 417 ônibus para atendimento aos usuários.
(Atualizado às 20h34)