O lago do Parque Municipal Arthur Thomas, na zona sul de Londrina, corre o risco de desaparecer devido ao assoreamento. Pequenas ilhas se formaram em pontos do corpo de água, que não é mais tão profundo e volumoso. A vegetação selvagem também avança sobre a superfície e cobre a extensão, sufoca e esconde espécies de plantas e animais. Situação que pode comprometer a preservação do ecossistema. Por causa do nível baixo do lago, os pequenos peixes, apesar da provável redução da disponibilidade, são facilmente vistos. O lago já foi usado até para passeios de pedalinho (pequeno barco movido a pedais), há 20 anos.
Um antigo frequentador do parque lamenta o momento. "Sempre foi um dos meus programas favoritos visitar o Arthur Thomas. Me lembro dos passeios com os meus filhos, das voltas no lago central dentro dos pedalinhos. Hoje em dia, com certeza, não seria possível usar mais os pedalinhos", comenta o aposentado Eduardo Siqueira, lembrando que as pequenas embarcações encalhariam no acúmulo de areia, terra, detritos.
O problema pode ter se agravado em janeiro de 2016, por causa das fortes chuvas registradas na cidade. Na ocasião, a Secretaria Municipal de Ambiente (Sema) estimou ser necessário o provimento de R$ 5 milhões para a reforma no parque, que foi danificado e precisou ser interditado.
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A Unidade de Conservação Municipal Parque Arthur Thomas está localizada na Rua da Natureza, 155. Foi aberto ao público em 10 de dezembro de 1987, com um lago artificial, pedalinho, lanchonete, zoológico, mirante, área para descanso e viveiros de mudas. Em maio de 1994, o parque foi nominado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) como Parque Municipal. Em 2013, de acordo com a Secretaria de Estado do Turismo do Paraná, o Arthur Thomas recebeu 63,7 mil pessoas. Um ano antes, em 2012, 54 mil cidadãos visitaram o local, sendo dois mil a menos do que em 2011.
Problema além do parque
Segundo Simone de Oliveira Fernandes Vecchiatti, gerente de Áreas Verdes da Secretária Municipal do Ambiente (Sema), o problema de assoreamento não se limita ao lago do Parque Arthur Thomas. "Não adiantaria resolver apenas o problema do parque. Este lago também é abastecido pelo Ribeirão Cambezinho. O assoreamento se repete desde a sua nascente, no limite com o município de Cambé", adianta, revelando que ela e outros agentes municipais percorrem a extensão do ribeirão para identificar os problemas de cada trecho. "Na sexta-feira (1°), junto ao gabinete do prefeito, começamos a percorrer todo o Ribeirão Cambezinho, que possui 24 componentes. Chegamos na sexta-feira até o número cinco. Já percebemos que, além do assoreamento, a população descarta todo o tipo de resíduos na água, inclusive de construção civil. O Ribeirão Cambezinho também recebe o volume das rodovias, além de galerias dos bairros", detalha a gerente.
Ações
A gerente admite que o problema compromete até a preservação do ecossistema, mas reitera que o município busca alternativas para o problema. "É objetivo desta gestão trazer melhorias ambientais para a cidade. Londrina busca firmar parceria público privada e também com a administração do município de Cambé. Ainda está em revisão o Plano de Manejo do Parque Arthur Thomas (documento técnico com objetivos de conservação, zoneamento e normas de uso da área e manejo dos recursos naturais)", revela ela, acrescentando ainda que o Instituto das Águas elaborou um estudo com três ações para combater o assoreamento. A primeira seria o esvaziamento completo do lago e a sua limpeza. A segunda, a drenagem simples. A terceira exigiria uma drenagem com a compactação dos materiais retirados, que poderiam ser compactados e utilizados na construção de aterros. Os projetos ainda estariam em fase de análise.